Reunião sobre Mudança do Clima, promovida pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que acontece nesta quinta-feira (dia 24 de agosto de 2006), na sede do CEBDS, no Rio, marcará um novo rumo para o setor produtivo do país. Pela primeira vez, governo e as principais empresas brasileiras reúnem-se para começar a definir as estratégias para aplicação das regras de mercado previstas pelo Tratado de Quioto, que estimulam a redução de emissões de gases de efeito estufa por meio da geração de negócios.
O governo federal será representado pelo ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado, diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores e chefe da Delegação Brasileira para Mudanças do Clima e Biodiversidade. Representarão o setor produtivo empresas líderes de mercado associadas ao CEBDS, entre as quais: Bayer, BM&F, Caixa Econômica Federal, Cemig, Cia Vale do Rio Doce, Gerdau, Petrobras, Plantar, Syngenta e Votorantim.
"As empresas presentes já adotam práticas de redução de emissões com a adoção dos instrumentos previstos no MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), mas é preciso que se defina uma estratégia, a partir de uma negociação objetiva e transparente entre o setor empresarial e o governo. Somente através desse entendimento, seremos capazes de expandir esse novo modelo de desenvolvimento por todo o país e fortalecer a posição brasileira nas futuras negociações internacionais", explica Marina Grossi, coordenadora da Câmara Técnica de Mudança do Clima do CEBDS.
Empresas brasileiras "vendem" crédito de carbono no mercado internacional, com adoção de projetos de reflorestamento, substituição de combustíveis para geração de energia e outras normas previstas no MDL. Hoje, o Brasil figura como um dos principais desenvolvedores de projeto de MDL, de acordo com levantamento do Ministério de Ciência e Tecnologia: dos 263 projetos registrados no mercado internacional, 59 são brasileiros. "Porém, o País precisa estar preparado para os desafios futuros nessa área. Em 2012, as regras do Tratado de Quioto poderão ser outras e é fundamental que as empresas e o governo estejam cada vez mais afinados. A construção desse entrosamento é o grande mérito da reunião desta quarta-feira", afirma Marina Grossi.
A reunião promovida pelo CEBDS será também de grande importância para que o Brasil fortaleça sua posição durante a 12ª Conferência das Partes de Mudanças do Clima (COP12), marcada para novembro deste ano no Quênia. Na COP11, realizada no final do ano passado no Canadá, as empresas brasileiras realizaram com grande sucesso o workshop "Novo mercado de MDL no Brasil: Estrutura e oportunidades".
Estima-se que até 2012, quando termina a primeira fase de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa previstas pelo Protocolo de Quioto, haverá um investimento na ordem de US$ 100 bilhões nos países em desenvolvimento.
Sobre o CEBDS
Fundado em 1997, o CEBDS é uma coalizão de empresas comprometidas com uma nova maneira de fazer negócios e com a promoção do desenvolvimento sustentável, por meio do crescimento econômico, conservação ambiental e inclusão social. Com faturamento anual correspondente a 40% do PIB nacional, suas empresas geram juntas mais de 600 mil empregos diretos. Representante no Brasil do World Business Council for the Sustainable Development (WBCSD), o CEBDS integra uma comunidade empresarial global de mais de 50 conselhos nacionais que estão trabalhando para disseminar uma nova maneira de fazer negócios ao redor do mundo.