Empresas deixam grandes centros e migram para outras regiões, diz IBGE

A maioria das empresas legalmente constituídas no país ainda se concentra nos grandes centros urbanos, mas de acordo com o Cadastro Central de Empresas 2003, divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), muitas entidades estão se mudando para o interior ou para outras capitais. A justificativa é a saturação do mercado nas grandes capitais, associada aos atrativos fiscais oferecidos por outras regiões.

O estudo mostra que, de 1996 a 2003, a região Sudeste foi a única a apresentar queda no número de empresas estabelecidas, passando de 57% para 52,2%. São Paulo e Rio de Janeiro foram os responsáveis por esta perda (3,2 pontos percentuais e 1,9 ponto percentual, respectivamente). Minas Gerais e Espírito Santo aumentaram suas participações, mas não conseguiram compensar as perdas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Nas demais regiões, o número de empresas cresceu, sendo que o maior aumento foi no Nordeste (1,8 ponto percentual), como reflexo das migrações para Bahia (90,7%) e Ceará (0,3%). Na região Sul, o destaque foi Santa Catarina (passando de 5,2% em 1996 para 6% em 2003) por conta da expansão das atividades de Serviços Prestados a Empresas e Comércio Varejista.

No Centro-Oeste, o destaque foi Goiás e na região Norte apenas Roraima e Amapá não registraram aumento no número de empresas.

Na avaliação da gerente do Cadastro Central de Empresas, do IBGE, Ana Rosa Ribeiro, este movimento das empresas confirma a saturação dos grandes centros urbanos, além de estar associada à queda na taxa de ocupação com carteira de trabalho assinada. "A redução na participação da região Sudeste reflete a queda da participação de São Paulo (de 36,5% para 33,7%) e do Rio de Janeiro (de 11,9% para 10,6%) no emprego formal no país, o que significa que nas grandes capitais as empresas estão deixando de contratar o trabalhador com carteira assinada para fugir dos encargos tributários e sociais".

Ainda segundo a economista do IBGE, mesmo com a migração das empresas para outros centros, aumentou o número de contratações nestes locais. O estudo mostra que em São Paulo a redução no emprego foi maior nas atividades de construção, transporte terrestre, e na fabricação de produtos têxteis, alimentícios, máquinas e equipamentos e montagem de veículos automotores. Já no Rio de Janeiro, a redução ocorreu, principalmente, nas atividades de fabricação de produtos alimentícios, construção, transporte terrestre e confecção de artigos do vestuário e acessórios.

"Na região Nordeste, por exemplo, seis dos nove estados aumentaram as contratações. Na Bahia, o destaque foi o crescimento em serviços prestados às empresas, preparação e fabricação de produtos de couro, comércio varejista e fabricação e montagem de veículos automotores", acrescentou Ana Rosa Ribeiro.

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