Empresas contratadas para tapa-buracos fizeram doações em 2004

Quase duas semanas após ter iniciado a operação tapa-buracos, o governo divulgou na sexta-feira (20) uma relação parcial das empresas que executarão obras do programa em caráter emergencial, com dispensa de licitação. De acordo com informações obtidas na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet, algumas delas foram doadoras de recursos para as campanha de partidos da base aliada do governo e oposição nas eleições municipais de 2004.

A Delta Construções, por exemplo, que, segundo as informações preliminares divulgadas pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), receberá R$ 3,050 milhões por obras emergenciais na BR-230, no Maranhão, e conseguiu outro contrato emergencial (de R$ 2,350 milhões) para fazer intervenções na BR-110, na Paraíba, foi uma importante doadora para a campanha de 2004.

Segundo o TSE, as doações totais da empresa a partidos naquele ano somaram aproximadamente R$ 1,724 milhão, dos quais R$ 415 mil para o PT de São Paulo. A empresa fez ainda doações a outros partidos da base, como o PL , partido do Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e o PMDB, e também para o PSDB

Outro exemplo de empresa que aparece na lista das que farão obras com dispensa de licitação e que também foi doadora é a Engesa Engenharia, que receberá R$ 3,050 milhões para reparos em um trecho da BR-040, em Goiás. O site do TSE registra que a empresa doou R$ 465,8 mil nas eleições de 2004, para PL e PMDB e PDT. A maior doação, de R$ 210 mil, foi para o PL de Palmas (TO)

Iniciada no dia 9 de janeiro, a operação tapa-buraco do governo federal envolverá R$ 440 milhões. Serão executados reparos em um total de 26.441 mil quilômetros de rodovias que cruzam 25 Estados. Na semana passada, o diretor-geral do DNIT, Mauro Barbosa da Silva, informou que 12% dos trabalhos previstos pelo programa haviam sido executados

Os contratos para os quais serão dispensadas as licitações correspondem a obras em uma extensão de aproximadamente 7,2 mil quilômetros. Também na semana passada, o ministro Alfredo Nascimento foi ao Tribunal de Contas da União (TCU) explicar os critérios para a decretação do estado de emergência em alguns trechos de estradas (o que permite a dispensa de licitação) e solicitar que o tribunal acompanhe a execução do programa.

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