Empresas concorrentes deverão aceitar bilhetes da Varig

As empresas concorrentes da Varig já se comprometeram a aceitar bilhetes emitidos pela companhia até a data de uma eventual paralisação. A informação consta de um documento, do qual a Agência Estado tomou conhecimento, elaborado por técnicos da Agência Nacional de Aviação (Anac). O documento, que ainda precisa ser aprovado pela diretoria da Anac se baseia em propostas e sugestões encaminhadas pela BRA, Gol, Ocean Air e TAM.

Pelas propostas apresentadas, as concorrentes brasileiras se comprometem a levar passageiros da Varig, com bilhetes endossados pela companhia, em rotas correspondentes e dentro da disponibilidade de assentos em seus vôos seja no mercado doméstico ou no internacional. O endosso – que na prática é um carimbo ou visto – é uma garantia para que as empresas possam ser ressarcidas posteriormente num acordo de compensação. No caso de uma empresa falida, as concorrentes se transformam em credoras. Movimento similar aconteceu com a paralisação da Transbrasil e da Vasp.

As empresas também se comprometeram a recontratar funcionários da Varig que atuam nas mesmas bases que eventualmente vierem a assumir. As companhias também estão dispostas, de acordo com o documento, a negociar com as empresas de leasing que fornecem aviões à Varig uma transferência de contratos. Segundo fontes do setor, conversas nesse sentido, entre concorrentes da Varig e empresas de leasing, já começaram.

No mercado internacional, há propostas como a de German Efromovich, da Ocean Air, que sugere transportar passageiros da Varig com destino a Los Angeles, via Bogotá, nos aviões da Avianca, empresa colombiana da qual também é dono.

Diante das propostas apresentadas, é crescente no governo a avaliação de que uma eventual paralisação não seria um problema tão grave nem mesmo na área internacional. "Ninguém descarta que haverá tumulto, sobretudo nos primeiros dias, mas nada que não seja contornável", diz uma fonte em Brasília.

A concorrência tem avançado com bastante velocidade no mercado internacional, principalmente na América do Sul. Considerando apenas o universo de passageiros transportados para o exterior por empresas brasileiras, a Varig tem 69,6% de participação de mercado. Há um ano, ela tinha mais de 80%.

Excluindo a América do Sul, a Varig enfrenta a concorrência direta da TAM em 3 dos 12 destinos internacionais em que opera: Paris, Miami e Nova York. E no segundo semestre a TAM estréia seu vôo para Londres. A BRA, que já opera com vôos fretados para a Europa, obteve autorização para voar regularmente para a Espanha e Portugal e pretende inaugurar as rotas dentro de dois meses.

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