São Paulo – Alguns dos principais empresários brasileiros não perderam o otimismo em relação ao crescimento do País neste ano, apesar da queda de 1,2% registrada no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. Durante a entrega do prêmio Personalidades de Vendas do Ano,. da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), presidentes de grupos com Nestlé, Embratel, Amil e Bradesco sugeriram que não há motivos para acreditar que o Brasil perdeu a capacidade de manter um crescimento sustentável.

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Apesar de reconhecer que problemas como a valorização do real frente ao dólar, a elevada taxa de juros e a crise política podem ter contribuído para uma queda inesperada do PIB, o presidente da Nestlé, Ivan Zurita, insistiu que ainda há motivos para esperar uma mudança neste cenário. "A queda foi inesperada, mas esperamos que esta tendência irá se reverter", afirmou o executivo. "É uma pena isso ter acontecido, mas eu sou um otimista. Para mim, isto é passado." Zurita apontou também que, apesar do cenário desfavorável do ponto de vista macroeconômico, a Nestlé tem se beneficiado da atual situação por ter 95% das vendas no mercado brasileiro e pelo fato de a valorização do real ser comparada, no caso da empresa, ao franco suíço.

O presidente da Embratel, Carlos Henrique Moreira, mantém uma visão ainda mais otimista em relação a atual realidade brasileira. "Eu não senti desaceleração nenhuma, para mim isso é coisa de estatística", disse o executivo, acrescentando que, do ponto de vista do seu setor, o ano de 2005 poderia facilmente ser comparado a 2004, com a vantagem de ter apresentado um avanço expressivo das exportações. "As coisas não estão nem melhores nem piores que no ano passado", afirmou.

O presidente do grupo Amil, Edson Bueno, que recebeu hoje o prêmio de Personalidade de Vendas do ano da ADVB, manteve uma atitude semelhante. "Eu estou muito otimista", disse o executivo, pouco antes da cerimônia de premiação. "Afinal, quando o governo Lula assumiu, ninguém imaginava que haveria estabilidade econômica", disse.

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Para o presidente do Bradesco, Marcio Cypriano, ainda há a possibilidade de o País chegar ao fim do ano com um crescimento superior a 3% no PIB. "Eu acho que esse PIB negativo em 1,2% é sazonal", afirmou Cypriano. "Eu acho que vamos ter ou já estamos tendo um quarto trimestre importante e poderemos recuperar o crescimento do PIB para fechar o ano com 3,2% ou 3 3%."