Empresários promoveram nesta sexta-feira (24) uma greve no Líbano para exigir que os líderes do país encontrem uma solução para a crise política atravessada pelo país em meio a temores de que ela ganhe contornos mais violentos depois do assassinato de um líder cristão maronita no início da semana. Com a tensão em alta um dia depois do sepultamento do ex-ministro da Indústria Pierre Gemayel, fábricas, bancos e outros estabelecimentos não abriram as portas a pedido dos líderes da comunidade empresarial libanesa.
Apesar de algumas lojas pequenas terem ficado abertas hoje, a maioria das escolas permaneceu fechada e o movimento pelas normalmente movimentadas ruas de Beirute era muito mais baixo que o normal. A greve de dois dias tem como objetivo "levantar a voz contra esse crime", informou uma nota assinada pelos líderes empresariais. Eles pedem ao governo e a seus opositores que rompam o impasse político e exigem do gabinete e do Parlamento a tomada de "decisões nacionais, o engajamento no diálogo e o fim das ameaças de manifestações".
A greve declarada pelos empresários reflete os temores de que a crise política libanesa pode levar o país a novos distúrbios. O Líbano é um país multiétnico profundamente dividido. Cristãos maronitas e muçulmanos sunitas – ambos anti-Síria – dominam o Parlamento e o governo. Por sua vez, os muçulmanos xiitas – pró-Síria, representados pelo Hezbollah – reivindicam mais espaço político depois da resistência imposta pelo grupo guerrilheiro a Israel em uma guerra de 34 dias travada entre julho e agosto. Ontem, cerca de 800 mil pessoas – 20% da população – protestaram contra a Síria durante os funerais de Gemayel. Damasco nega com veemência as acusações de envolvimento no crime.
