Brasília – Um grupo de empresários têxteis reuniu-se nesta quarta-feira (18) com o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, para apresentar três medidas que eles consideram necessárias ao desenvolvimento do setor.
As propostas incluem a isenção de impostos da cadeia têxtil e de confecção; medidas para coibir e acabar com a importação ilegal desses produtos; e a promoção de acordos comerciais com os principais mercados do mundo, segundo informou o presidente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Josué Christiano Gomes da Silva.
Segundo ele, os empresários saíram satisfeitos da reunião e certos de que o esforço conjunto poderá gerar novos postos de trabalho. ?O trabalho pode ser feito em conjunto com o governo, lideranças empresariais e lideranças dos trabalhadores que estão conosco apoiando esse movimento", disse. "Podemos fazer muito para que a indústria gere um milhão de empregos. Para isso, precisamos de algumas condições, e o ministro recebeu todas as sugestões muito bem?.
Uma reunião de trabalho ficou agendada para quarta-feira da semana que vem (25) para discutir os detalhes das medidas apresentadas nesta quarta-feira.
Segundo dados da Abit, o investimento do setor nos últimos dez anos foi de US$10 bilhões. O faturamento chegou a US$ 32,9 bilhões em 2005, representando 93% do mercado interno. Os números de 2006 ainda não foram divulgados, mas a entidade estima que tenha ficado no mesmo patamar do ano anterior. Em 2005, as exportações chegaram a US$ 2,2 bilhões, representando 7% do mercado externo.
Hoje, o Brasil produz 7,2 bilhões de peças de vestuário por ano, sendo o segundo maior produtor mundial de índigo, o terceiro maior produtor mundial de malha, o quinto maior produtor mundial de confecção, o sétimo maior produtor têxtil do mundo e o oitavo maior produtor mundial de tecidos.
Uma manifestação de empresários e trabalhadores do setor de todas as regiões do país será feita hoje no Salão Nobre da Câmara dos Deputados. Durante o ato, será entregue uma proposta de projeto de lei, elaborado pela Abit, que prevê a criação de um imposto simples para desonerar a cadeia produtiva.
O grupo também pretende entregar aos parlamentares um documento com informações do setor para a economia, o potencial da área a capacidade de geração de empregos.
De acordo com a Abit, no Brasil, há cerca de 30 mil empresas em toda cadeia produtiva, que abrange desde os plantadores de algodão até as indústrias de confecção. O setor gera 1,65 milhão de empregos diretos. Em 2006, foram fechados 100 mil postos de trabalho em função da desvalorização do dólar norte-americano frente ao real e dos problemas que a indústria têxtil vem enfrentando com as importações ilegais vindas da Ásia, principalmente da China.
O ato no Congresso Nacional faz parte do Movimento Emprega Brasil ? Mobilização Nacional do Setor Têxtil e Vestuário, que teve início no ano passado. O objetivo é defender os empregos e a produção da indústria nacional.