O aperfeiçoamento e capacitação de mão-de-obra, a união dos empresários para o fortalecimento dos principais setores industriais da região, melhorias no fornecimento de energia para as indústrias moveleiras e de alimentos, e o investimento em políticas públicas para facilitar a exportação foram as principais reivindicações dos empresários da região Norte do Estado do Paraná, apresentadas durante a devolutiva do congresso realizada na última sexta-feira (27), no Senai de Londrina. Estiveram presentes representantes do Sistema Fiep, sindicatos patronais, prefeituras e associações comerciais e industriais de municípios das cidades de Apucarana, Londrina, Bandeirantes e Arapongas.

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Na ocasião, os presentes também avaliaram os projetos que estão em andamento na sua região e opinaram para que o processo iniciado no Congresso da Indústria fosse melhorado de acordo com as prioridades de cada cidade. Entre as sugestões está a instalação de um sistema de busca dos projetos que a Fiep oferece, para que as indústrias tenham acesso e saibam onde se enquadra a sua real necessidade. Outra sugestão é o acompanhamento dos projetos por técnicos do Sistema Fiep (Sesi, Senai e IEL) de cada localidade. 

José Carlos Bittencourt, coordenador regional da Fiep em Apucarana e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Apucarana (Sindimetal), afirma que uma das prioridades das indústrias da sua cidade é a formação de mão-de-obra. ?Para isso nós já obtivemos a resposta da Fiep através do Senai com a implantação de uma escola técnica de design de moldes para bonés, que é o forte da região?, afirma. Segundo ele, a cidade tem cerca de 800 micro e pequenas empresas que fabricam o produto e que geram, juntas, aproximadamente 25 mil empregos diretos e indiretos. ?Somos líderes nacionais na produção de bonés que chega a perto de 4 milhões de peças por mês?, conta. Bittencourt aponta também como prioridade o fortalecimento das empresas para conquistarem o mercado externo.

Em Arapongas, a maior reivindicação é o aperfeiçoamento da produção para que os produtos tenham maior valor agregado e, com isso, conquistem espaço no mercado internacional. ?As indústrias moveleiras e de alimentos são as mais fortes e queremos melhorar e adequar nossos produtos às exigências dos mercados-alvos?, afirma Francisco Marcos Pennacchi, vice-presidente e coordenador regional da Fiep em Arapongas. Segundo Pennachi, a devolutiva do Congresso da Indústria mostra a valorização que a Fiep está dando para as necessidades específicas de cada município. O vice-presidente também aponta melhorias no fornecimento de energia como ação prioritária. ?Nós precisamos de um fornecimento mais potente pois nossas indústrias têm produção de ponta e não podem nem cogitar o corte abrupto da energia o que ocasionaria perdas de grandes lotes de produção?, diz.

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Para o empresário da indústria gráfica de Bandeirantes e coordenador regional da Fiep na cidade, José Roberto Altizani, a resposta da Fiep é uma maneira de sanar um problema antigo entre os empresários da sua região: a união. ?Estamos trabalhando para unir os empresários e para isso precisamos ter força política. A união dos empresários deve estar em primeiro plano pois se a classe não estiver aberta a mudanças fica inválida toda e qualquer ação da Fiep?, afirma. Altizani conta que os subsídios que a Fiep fornece com as devolutivas ajuda a indústria a se organizar melhor para dar continuidade às ações que foram apontadas no Congresso.

Também presente no encontro, Otaviano Bazílio Duarte, vice-presidente da Fiep e presidente do Sindicato da Indústria de Beneficiamento de Fibras Vegetais e do Descaroçamento de Algodão do Estado do Paraná afirma que a maior preocupação é a ampliação da competitividade para o mercado interno e externo. ?Ficamos por um longo período fora do mercado internacional e agora que voltamos somos penalizados com o custo-Brasil e as dificuldades de adequação dos produtos?, diz. Para ele o foco da Fiep em diversas frentes como a formação técnica, trabalhista, jurídica e política dá ao empresário do Estado chances para que ultrapasse os muros da sua fábrica e alcance novos mercados. ?Tudo isso somado à essa interiorização da Fiep nos dá mais credibilidade para não desistirmos de investir em melhorias contínuas?, conta.

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Resultados

Nas devolutivas do Congresso da Indústria 2006 a equipe do Sistema Fiep apresenta os encaminhamentos dados às propostas apresentadas no Congresso, realizado em abril, e esclarece o empresariado sobre o estágio de cada ação e o seu responsável. A partir daí, podem ser acrescidas novas propostas e definidas as estratégias de ação para atender as demandas do setor empresarial.

Até agora, já foram realizadas cinco devolutivas: em Paranavaí, Dois Vizinhos, Toledo, Guarapuava e Londrina. A próxima reunião será com empresários de Curitiba e região, no dia 09 de novembro.