O diretor presidente da Paraná Turismo, Herculano Lisboa, participou de encontro com empresários do setor hoteleiro em Castro, na região dos Campos Gerais do Paraná. Animados com o desenvolvimento do turismo regional, graças à Rota dos Tropeiros, desenvolvida pelo Governo do Estado em parceria com a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) e com o Sebrae-PR, os empresários pretendem realizar novos investimentos, focados em um hotel e um parque balneário.
No início desta semana, Lisboa recebeu em seu gabinete o prefeito de Castro, Moacyr Elias Fadel Junior. O objetivo da visita foi discutir um protocolo de intenções que deverá contemplar as ações daquele município e do Estado visando favorecer a infra-estrutura necessária aos empreendimentos.
?Vamos aproveitar a consciência de recepção aos turistas existente em Castro e Tibagi e contribuir para a criação de empregos e geração de renda?, disse o presidente da Paraná Turismo. Ele estima a criação de cerca de 400 empregos diretos e 1.200 indiretos com tais empreendimentos turísticos e pretende o envolvimento de todos os órgãos do Governo do Estado na iniciativa.
Bem conduzida pelo secretário Celso Caron, a Secretaria do Turismo, junto com a Paraná Turismo, são os catalisadores de um processo de desenvolvimento sustentado do Estado, que é o desejo pleno do governador Roberto Requião, visando a criação de emprego e geração de renda. Vamos incentivar o setor privado a participar desse processo, por meio da infra-estrutura garantida pelo Governo do Estado. Atividade que envolve uma cadeia produtiva formada por aproximadamente 52 setores econômicos e que gera um, em cada nove empregos no mundo, o turismo é uma importante forma de inclusão social.
Turismo na Rota dos Tropeiros une municípios dos Campos Gerais
A Rota dos Tropeiros é um produto turístico recente, lançado em maio de 2003 pelo governo do Paraná, em parceria com o Sebrae-PR e Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG). Os Campos Gerais do Paraná apresentam um grande potencial para a prática do turismo, seja devido às suas belezas naturais ou em razão de suas características históricas. A implantação da Rota dos Tropeiros tornou possível uniformizar ações, ampliar a divulgação regional e, principalmente, aumentar a potencialidade turística na região.
A partir de junho de 2004, seguindo o exemplo paranaense, representantes dos governos estaduais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo passaram a discutir com o governo do Paraná o desenvolvimento e implantação do roteiro turístico integrado ?Caminho das Tropas?.
No Paraná, a Rota dos Tropeiros oferece ao turista a oportunidade para conhecer belas paisagens, gastronomia regional, história e cultura riquíssimas, artesanato diferenciado, lugares pitorescos e diversas opções de prática de esportes de aventura. Unidos pelos laços do tropeirismo, cada um dos 16 municípios que fazem parte desse roteiro histórico e natural possui atrativos diferenciados, que atraem e encantam os visitantes.
História e Cultura, Natureza e Aventura, Saúde e Bem estar e Fé e Misticismo são os quatro temas que permitem, a quem percorre a Rota dos Tropeiros, a visitação a museus, participação de festas típicas, o repouso em pousadas e fazendas, passeios a cavalo ou momentos de adrenalina por meio de práticas radicais como o rafting, canyoning, etc.
A ocupação dos Campos Gerais iniciou oficialmente em 19 de março de 1704, quando o Rei de Portugal atendeu ao pedido do paulista Pedro Taques de Almeida, concedendo-lhe as terras da Sesmaria de Sant´Ana do Iapó. Novas concessões reais a membros da família de Pedro Taques aconteceram na primeira metade do século XVIII. Essas primeiras sesmarias situavam-se nas terras que atualmente fazem parte dos municípios de Castro, Ponta Grossa, Jaguariaíva e Piraí do Sul. A ampliação do comércio entre a região de mineração e o extremo sul da colônia motivou Bartolomeu Pais de Abreu, genro de Pedro Taques, a propor em maio de 1720, ao rei D. João V, a abertura de uma estrada ligando Curitiba à Colônia de Sacramento.
Apesar da resposta positiva da Coroa a Pais de Abreu, foi Cristóvão Pereira de Abreu, tropeiro, comerciante e sertanista, que de fato promoveu a abertura de caminhos que passaram pelos Campos Gerais, conduzindo o gado e muares de Viamão, no Rio Grande do Sul, para a comercialização em Sorocaba, em São Paulo. Assim, no início do século XVIII, a região adquiriu identidade cultural e formação histórico-regional característica. O tropeiro, figura comum na formação do sul brasileiro, se configurou em elemento comum e típico nos Campos Gerais.
Ao longo do tempo e com base nas fazendas e invernadas da região, foram surgindo povoados, vilarejos e vilas, muitos dos quais alcançaram a condição de freguesia e cidade. No decorrer dos últimos três séculos, os Campos Gerais se configuraram em uma região fundamental para a formação e o desenvolvimento do Paraná. Os caminhos abertos no início do século XVIII continuaram servindo como principais vias para o comércio e a integração entre o extremo Sul e o restante do país.