Os dois mil participantes do Congresso Paranaense da indústria, reunidos na terça e quarta-feira (25 e 26), em Curitiba, criaram a Agenda das Prioridades da Indústria Paranaense. O documento revela o anseio de representantes de todos os segmentos industriais das várias regiões do estado e aponta as principais necessidades da indústria em termos de políticas econômica e industrial, estratégias empresariais e defesa de interesse. No entendimento dos empresários, medidas internas precisam ser implementadas para a melhoria da gestão das empresas tornando-as mais competitivas e produtivas, apesar do ambiente econômico adverso.
Os congressistas aprovaram a necessidade de uma grande mobilização da classe empresarial para colocar a agenda da indústria como parte essencial de um programa estratégico para o país. Nesta linha, foi considerada necessária uma participação ativa da classe empresarial no cenário político brasileiro, votando de forma consciente e acompanhando o trabalho de seus representantes e, principalmente, cobrando as promessas de campanha. Para estimular esta participação foi lançada a Ação Política Empresarial, um conjunto de iniciativas para mobilizar o empresariado e incentivar sua participação na política, entre elas a Rede Empresarial, uma ferramenta virtual de diálogo por meio do site www.fiepr.org.br/redeempresarial <https://webmail.fiepr.org.br/exchweb/bin/redir.asp?URL=http://www.fiepr.org.br/redeempresarial> , onde será debatida a reforma do sistema político com apresentação de alternativas.
A metodologia adotada na condução dos trabalhos do Congresso permitiu a participação ativa de todos os presentes. Além de palestras gerais dirigidas a todos os congressistas, foram realizados 18 workshops setoriais e temáticos, com a aprovação de propostas específicas para cada área da indústria.
Foi consenso em todas as discussões a necessidade da mobilização do empresariado para buscar as mudanças que o país necessita, tanto na gestão institucional como na área política. "Para que a indústria e o setor produtivo em geral possam ajudar o país a crescer são necessárias mudanças estratégicas", afirma o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures. Os participantes do evento consideram essencial a mudança da política econômica, que hoje privilegia o setor financeiro com a manutenção de juros altos e câmbio sobrevalorizado, em detrimento da produção de bens e serviços.
"A indústria brasileira não pode viver ao sabor da conjuntura. É preciso definir estratégias de longo prazo, uma política perene e aprimorar o diálogo público-privado", aponta a Agenda das Prioridades da Indústria Paranaense. O documento foi entregue ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no encerramento do Congresso. O texto também será encaminhado ao governo estadual, prefeituras paranaenses, parlamentares e candidatos. "A intenção é buscar um comprometimento efetivo dos ocupantes de cargos públicos com a Agenda. Buscamos o crescimento sustentável do setor e, em conseqüência, a geração de riqueza, emprego e renda, melhorando a qualidade de vida de toda a população. É ilusão pensar que o país vai se desenvolver sem o crescimento das empresas. Quando a indústria cresce, o país também cresce", destaca o presidente da Fiep.