Empresários do setor florestal elogiaram o programa adotado pelo Governo do Paraná que vai introduzir cultivos florestais nas pequenas e médias propriedades. De acordo com as diretrizes defendidas no Programa, a produção florestal pode ser ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável. O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, que reuniu-se com os empresários na tarde desta segunda-feira (17), disse que a implantação de sistemas de produção vai considerar, simultaneamente, o ecológico, o social e o econômico. ?E isso pode ser conseguido por meio dos trabalhos desenvolvidos pela Secretaria da Agricultura, junto aos produtores e às indústrias?.

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Eles também apoiaram a transferência da pasta de produção florestal da Secretaria do Meio Ambiente para a da Agricultura e defenderam a importância do Programa Florestal Produtivo do Estado do Paraná.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Álvaro Luiz Scheffer, destacou a importância do setor florestal para a economia paranaense. ?O setor gera muitos postos de trabalho, utiliza mão-de-obra disponível, o que evita o êxodo rural, e garante uma riqueza futura, que pode ser a base para a instalação de novas indústrias?, disse.

O secretário da Agricultura ressaltou a necessidade de investir na produção florestal nas regiões que possuem poucas alternativas econômicas. ?Essas regiões poderiam compor uma nova matriz de abastecimento de produtos de origem florestal?, informou.

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Para Scheffer, há regiões do Estado que também apresentam um tipo de relevo que dificulta o desenvolvimento de outras atividades agrícolas. ?É interessante que essas mesmas regiões têm potencial para as florestas. Por isso, é importante criar condições para sejam produtivas nesse segmento. Vemos com bons olhos esse entendimento de que o setor é altamente produtivo?, comentou.

Na reunião, ficou clara a posição da Secretaria da Agricultura na defesa de um novo modelo de expansão da base florestal. ?São cultivos florestais divididos num um grande número de propriedades rurais?, disse Ribas. Segundo o secretário, para inserção de uma área florestal produtiva às atividades que os produtores rurais já conduzem, será necessária a criação de incentivos a esses produtores.

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Para o chefe da Divisão de Cultivos Florestais da Secretaria, Amauri Ferreira Pinto, os incentivos aos produtores viriam por meio da capacitação, assistência técnica e organização deles, além do crédito rural específico. ?Com certeza, esses incentivos fariam com que esse segmento crescesse ainda mais. É válido lembrar que a madeira, juntamente com seus derivados, representa o segundo item nas exportações do Estado. E temos potencial para crescer ainda mais?.

Produção

O Paraná responde por 40% da exportação nacional de madeira plantada e possui o maior pólo moveleiro do País, situado no município de Arapongas. Apesar das condições naturais que favorecem a produção, há um déficit anual de aproximadamente 53 mil hectares de florestas para atender a demanda no Estado.

A produção de madeira é responsável por 7,3% do Valor Bruto da Produção (VBP) do Paraná, que chega a R$ 2,8 bilhões. A atividade gera cerca de 360 mil postos de trabalho na cadeia produtiva. Atualmente, a área florestal plantada no Estado está estimada em 620 mil hectares.