Empresários alertam para risco de falta de energia

O presidente da Light, José Luiz Alqueres, afirmou nesta sexta-feira (1º) após o III Fórum Europeu, em São Paulo, que a falta de um horizonte para a geração de energia elétrica preocupa o setor, principalmente depois das declarações do presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, nesta semana, alertando que a incerteza energética não recomenda a programação de novos investimentos da mineradora após 2012.

Alquéres ressaltou que atualmente não há projetos nem licenças ambientais a obras que possam garantir o fornecimento de energia no futuro. "É uma situação que preocupa evidentemente, principalmente após uma empresa que é a maior consumidora individual de energia do Brasil publicamente dizer que há um problema na área de energia", afirmou.

De acordo com o presidente do Conselho Brasil Ecodiesel e ex-presidente da Companhia Vale do Rio Doce, entre os anos de 2000 e 2002, Jorio Dauster, o risco energético é concreto e é preciso tomar medidas urgentes para aumentar a capacidade de produção. "Nós estamos realmente começando a correr um risco muito grande", disse ele, sobre a possibilidade de falta de energia.

O chefe de gabinete da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, também concorda que é preciso promover programas de investimento em energia, mas descarta um cenário "apocalíptico". "Os riscos à falta de energia inviabilizam investimentos futuros. Os riscos existem, mas rapidamente podem ser minimizados, por exemplo, com as construções das usinas do Rio Madeira.

Guimarães argumenta que o Plano Decenal de Energia fez um planejamento da necessidade de energia nova até 2013 e que qualquer investimento que não seja concretizado pode afetar a meta do governo. Para ele, tanto a construção de Angra 3 quanto das usinas do rio Madeira são importantes para a manutenção da capacidade energética do País. "Não podemos desprezar nenhuma forma de produção de energia. Todas as formas são complementares e não competem entre si", completa.

No ano passado, o Brasil foi o 10º maior gerador de energia do mundo, sendo que 92% vieram através de hidrelétricas, 3,3% de usinas nucleares, 3,1% a partir do gás e 1,6% pelo carvão.

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