O empresário Alexandre Vasconcelos deve prestar depoimento nesta tarde na Polícia Federal em Belo Horizonte. Vasconcelos é apontado como responsável por realizar saques nas agências do Banco Rural em nome da agência de publicidade SMP&B, da qual Marcos Valério é sócio. Vasconcelos é dono da Express, empresa de cobrança e factoring, especializada neste tipo de serviço.
Entre ontem e hoje, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios pediu a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de Marcos Valério e das empresas de que ele participa como sócio. O interesse da CPMI por Valério é justificado pelo fato de as empresas dele serem responsáveis por contratos de publicidade com os Correios. O depoimento de Vasconcelos será tomado pelo delegado Cláudio Ribeiro, que viajou de Brasília para Belo Horizonte.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital (MG) está analisando documentos que comprovam saques acima de R$ 100 mil das empresas DNA e SMP&B, do publicitário Marcos Valério.
De acordo com documentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), R$ 20,9 milhões teriam saído das contas das empresas de Valério entre julho de 2003 e maio de 2005. Os documentos foram entregues pelo Coaf ao Ministério Público de Minas Gerais na última sexta-feira pelo Coaf. Desde 1993, todos os saques em contas bancárias acima de R$ 100 mil devem ser informados ao Coaf. A medida foi criada para combater a lavagem de dinheiro.
Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado Roberto Jefferson afirmou que Marcos Valério era operador do suposto esquema de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão", e o portador de R$ 4 milhões em dinheiro que o PT teria entregado ao PTB.