Belo Horizonte (AE) – O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, em nota divulgada hoje, disse que contraiu "vários" empréstimos bancários em nome das agências de publicidade SMP&B Comunicação e DNA Propaganda, a pedido do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares. Segundo Valério, todos "os pedidos de socorro financeiro" feitos por Delúbio, no período de 2003 a 2005, "baseavam-se, de acordo com o próprio secretário do PT, na necessidade de saldar dívidas relacionadas a campanhas eleitorais".

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De acordo com ele, "os recursos originários dos financiamentos" foram transferidos para o partido, "a título de empréstimos", e depositados na rede bancária para pessoas indicadas por Delúbio.

As declarações de Valério evidenciam um provável rompimento com o ex-tesoureiro do PT, a quem considerava, publicamente, um "amigo".

Sentindo-se abandonado e "injustiçado", o publicitário deu início a uma nova estratégia de defesa, cuja primeira demonstração foi o depoimento espontâneo prestado ontem (14) ao procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza. Na Procuradoria-Geral da República, em Brasília, o empresário, acusado de ser o operador do "mensalão" no Congresso, "resolveu narrar todos os fatos que ele tinha conhecimento", segundo o advogado dele, Marcelo Leonardo.

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Antes da divulgação do comunicado, ele passou a tarde reunido em Belo Horizonte com os advogados. Na nota, Valério assegurou que as operações de crédito feitas com o PT e toda a movimentação financeira obedeceram as normas vigentes para o sistema financeiro nacional.

Ele encerrou o comunicado reafirmando que "não tem conhecimento e, muito menos, qualquer envolvimento com a suposta prática do que tem sido denominado de ‘mensalão’".

Abaixo, a íntegra da nota divulgada na noite de hoje pela assessoria de Valério.

"O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza torna público que: 1) Em atenção a pedidos do senhor Delúbio Soares, então secretário nacional de finanças do Partido dos Trabalhadores, contraiu vários empréstimos bancários em nome das agências de publicidade SMP&B e DNA, no período de 2003 a 2005; 2) As referidas operações de crédito, bem como toda a movimentação financeira originária daquelas operações, obedeceram sempre às normas vigentes para o sistema financeiro nacional; 3) Os recursos originários dos financiamentos foram transferidos, sempre segundo a legislação que regula o sistema financeiro, para o Partido dos Trabalhadores, a título de empréstimos, e depositados na rede bancária para pessoas indicadas pelo então secretário de finanças do PT, senhor Delúbio Soares.

4) Todos os pedidos de socorro financeiro feitos pelo senhor Delúbio Soares baseavam-se, de acordo com o próprio secretário do PT, na necessidade de saldar dívidas relacionadas a campanhas eleitorais."

Valério reafirma que não tem conhecimento e, muito menos qualquer envolvimento com a suposta prática do que tem sido denominado de "mensalão".

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