O empresário Abel Pereira, de Piracicaba, contou a um amigo que está recebendo ameaças de morte. Pereira foi citado no dossiê Vedoin como intermediário na venda de ambulâncias pelo esquema sanguessuga durante o governo FHC. Na noite de quarta-feira, depois de receber telefonemas ameaçadores em casa, ele levou os filhos para o sítio desse amigo, em outro município. ‘Ele está apavorado, pois, sem nenhuma razão, foi colocado no foco de uma disputa muito grande.
Segundo a fonte, Pereira reforçou sua segurança pessoal e evita aparecer em público. Um funcionário de sua empresa, a construtora Cicat, atende o celular que ele costumava usar. ‘Ele está viajando e não tem dia para voltar’, disse o funcionário, que se identificou como Rogério.
O amigo conta que o empresário está se sentindo ‘violentamente’ ameaçado. ‘Ele acha que foi colocado nessa história porque sempre teve amizade com Barjas Negri (atual prefeito de Piracicaba, do PSDB). Mas ninguém fala que ele também tem amizade com José Machado (ex-prefeito da cidade, do PT) e tocou muitas obras na gestão dele.
Negri substituiu José Serra na pasta da Saúde, quando este deixou o cargo, em 2002, para concorrer à Presidência. E derrotou Machado na disputa pela prefeitura de Piracicaba em 2004 – o petista tentava a reeleição. Amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Machado mudou-se para Brasília e ganhou a presidência da Agência Nacional de Águas (ANA).
O empresário, segundo o amigo, acredita que foi ‘usado’ no suposto dossiê porque sua empresa ganhou a licitação de uma obra do Ministério da Saúde, no fim da gestão de Negri.