Empresa propõe hidrelétrica binacional Brasil-Argentina

A Camargo Corrêa propôs ao governo do presidente Néstor Kirchner a construção de uma hidrelétrica entre o Brasil e a Argentina.

Segundo o jornal "Clarín", o secretário de Energia da Argentina, Daniel Cameron, confirmou a proposta feita pela empresa brasileira. A obra estaria localizada na área dos saltos de Garabi, no Rio Uruguai, entre a província argentina de Corrientes e Rio Grande do Sul, nas proximidades do município gaúcho de Garruchos.

A idéia de construir Garabi surgiu em 1972, mas foi arquivada pelos governos do Brasil e da Argentina. Três décadas depois, com as crises energéticas nos dois países, o plano de Garabi ressurgiu. Desde o início deste ano foi analisada com entusiasmo pelos governadores dos dois lados da fronteira.

A obra, que custaria entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,7 bilhão, proporcionaria à Argentina o equivalente a 9% da energia que consome atualmente. O lago que seria formado alagaria terras da província argentina de Misiones e do RS. A tarefa de construir a hidrelétrica não será fácil, já que os habitantes de Misiones, há poucos anos votaram em referendo a proibição da construção de obras desse gênero, por considerar que afeta o ambiente.

Se a idéia for concretizada, Garabi será a primeira hidrelétrica binacional braisleiro-argentina. Até o momento, o Brasil e a Argentina possuem represas binacionais com outros países, mas não entre si. O Brasil, com o Paraguai (hidrelétrica de Itaipu). A Argentina, também com o Paraguai (Yaciretá Apipé) e com o Uruguai (Salto Grande).

Cameron explicou que embora a propriedade seja estatal binacional, a hidrelétrica seria entregue em concessão a uma empresa privada. O secretário explicou que a Camargo Corrêa proporcionaria fundos para a construção da hidrelétrica.

O ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido, indicou que o presidente Kirchner está entusiasmado com o projeto. Segundo ele, a Casa Rosada, a sede do governo, faria o anúncio oficial do projeto daqui a uns 90 dias.

Recentemente, a Camargo Corrêa adquiriu o controle acionário da maior empresa argentina de cimento, a Loma Negra, que pertencia ao Grupo Fortabat.

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