Empresa financiada por BNDES emprega mais

O nível de emprego entre as empresas financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou crescimento de 25% entre 2000 e 2005. Já na média da economia, as companhias que não contaram com o apoio do banco estatal tiveram expansão de 10% no mesmo período. Isso é o que mostra um estudo feito pelo BNDES, com o objetivo de medir o impacto dos empréstimos da instituição sobre o emprego.

?Se nós ponderarmos a média das empresas da economia pelo perfil das empresas que são apoiadas pelo banco, que não é exatamente o mesmo perfil do universo total, teve até uma pequena perda?, afirma o presidente do BNDES, Demian Fiocca. Segundo o estudo, as companhias não financiadas pelo banco, mas com o mesmo perfil das que receberam apoio estatal, registraram recuo de 2% na geração de emprego entre 2000 e 2005.

?É uma indicação de que é muito significativo o impacto positivo do apoio do BNDES às empresas para a qualidade do emprego que elas geram?, diz Fiocca. O levantamento aponta, ainda, que o nível de emprego entre as micro, pequenas e médias empresas financiadas pelo banco também foi superior ao verificado entre as companhias de mesmo porte que não tiveram apoio estatal.

No período entre 2000 e 2005, as micro, pequenas e médias empresas financiadas pelo BNDES registraram expansão de 31% na criação de empregos. Já as corporações de mesmo porte que não obtiveram empréstimos do banco tiveram crescimento de 2%.

A geração de emprego entre as grandes corporações que receberam apoio do BNDES também foi superior ao das empresas de grande porte que não contaram com apoio estatal entre 2000 e 2005. Pelo estudo, o crescimento do primeiro grupo foi de 22%, enquanto que no segundo houve queda de 4% no período. ?Além disso, o emprego gerado por empresa apoiada pelo BNDES é de melhor qualidade, ou seja, o salário é mais alto?, afirma Fiocca.

Projeto

O presidente do BNDES também diz que a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), parceria de R$ 750 milhões entre a alemã Thyssen Krupp (90%) e a Companhia Vale do Rio Doce (10%), deverá ter uma ?grande criação de empregos nacional?. O projeto, no entanto, tem recebido críticas porque os investidores pretendem importar 600 trabalhadores da China.

?Não há um obstáculo específico a isso (para o banco financiar o projeto). A gente não financia a parte importada do empreendimento. O BNDES não financiaria, por exemplo, o gasto com salários de trabalhadores estrangeiros. Mas há, mesmo assim, uma grande geração de empregos no Brasil, mesmo na parte de instalação.

Segundo o executivo, o BNDES já teve ?várias conversações? com representantes da CSA, mas ainda não foi definido qual será a fonte de financiamento do projeto. ?Já houve enquadramento do pleito inicial, mas eles estão afinando a definição sobre o que querem fazer. Com BNDES, com recurso próprio, com recurso externo. Não há definição dos recursos que tomariam no banco.

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