O Brasil finalizou ontem (23) o processo de licitação para comercializar a exportação de até 70% da eletricidade necessária ao Uruguai. O anúncio da empresa vencedora, a Tradener Ltda., do Paraná, encerra um acerto feito no dia 9, durante reunião de representantes dos governos brasileiro, uruguaio e argentino, realizada na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Segundo o comunicado da Câmara, sete empresas se inscreveram e a vencedora ofereceu o preço de R$ 0,18 por MWh (megawatts hora) que adquirir no mercado interno. Esse valor refere-se apenas "à taxa de administração da comercializadora, à qual serão acrescidos ainda os valores da energia elétrica e demais encargos do sistema".
A quantidade de energia a ser exportada estará limitada à capacidade de transmissão do sistema, de 700 MW, em caráter interruptível. O fornecimento terá início na primeira semana de março, por contrato de seis meses que poderá ser estendido até dezembro. A eletricidade exportada será prioritariamente de usina termoelétrica que não está abastecendo o mercado interno.
Pelo contrato, será fornecida também energia hidrelétrica, "exclusivamente em caso de existência de energia vertida turbinável nos reservatórios do sistema brasileiro". E "deverão ser estabelecidos mecanismos para assegurar que a energia a ser exportada não afete a segurança eletroenergética do sistema elétrico brasileiro".
O documento prevê ainda que "será garantido acesso aos sistemas de transmissão, tanto da rede básica quanto da rede privada, para viabilizar a exportação aos menores custos possíveis".
O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Antônio Carlos Fraga Machado, afirma no comunicado que "a licitação é resultado da decisão dos governos brasileiro e uruguaio, a partir de entendimento com o governo da Argentina, país que intermedia a transmissão". E informa que o Uruguai pode suprir, com a licitação, até 70% de seu mercado.
Participaram da licitação representantes da Administración Nacional de Usinas y Transmissiones Eléctricas (UTE, do Uruguai), do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da CCEE. O resultado depende ainda de adjudicação da UTE
