O ano de 2007 "está frio" para o mercado de trabalho e a ocupação não cresce conforme o esperado, segundo o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo. "Há uma tendência de perda de postos de trabalho num momento em que deveriam estar sendo geradas vagas", disse.
Para Azeredo, a expectativa era que a queda dos juros do Brasil e o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já estivessem mostrando reflexos no emprego.
O IBGE divulgou uma taxa de desemprego de 10,1% em abril, exatamente igual à apurada em março. "Não ocorreu ainda o esperado ponto de inflexão na taxa, parece que o cenário econômico não está aquecido o suficiente para melhorar o mercado de trabalho", disse Azeredo.
Para ele, "precisam acontecer grandes obras para gerar uma entrada forte (de pessoas) no mercado de trabalho, para reduzir a taxa de desocupação que hoje está em dois dígitos".
O gerente da pesquisa ressalta que há continuidade da melhoria qualitativa do mercado, com aumento da formalidade e do rendimento, mas "é necessário que haja resultados mais expressivos em termos quantitativos".
Na comparação com os dados de março, o número de ocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas caiu 0,3% em abril, com menos 68 mil vagas.
Para Azeredo, a variação porcentual não é estatisticamente significativa "mas é preocupante, pois pode significar uma tendência de queda", no momento em que se esperava a geração de vagas.