A geração de empregos na indústria de transformação de São Paulo apresentou em fevereiro deste ano o melhor mês para geração de postos de trabalho desde 2000, quando o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) começou a nova série histórica. Conforme a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (14) pela entidade, o emprego avançou 0,57% ante janeiro, e 0,66% em relação ao número fechado de 2006. "O setor sucroalcooleiro vem passando por uma rápida transformação, condicionando os resultados da pesquisa", afirmou o diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof.

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Segundo ele, os setores ligados à produção de cana-de-açúcar tiveram um papel expressivo no resultado da pesquisa, que registrou a criação de 11.844 vagas em fevereiro, ante os 3.504 postos abertos no mesmo período de 2006. No acumulado do ano, o emprego da indústria de transformação paulista já gerou 13.848 vagas, enquanto que nos dois primeiros meses de 2006 foram 4.270 postos.

Para Tabacof, os números registrados até agora, em 2007, confirmam a tendência do Ciesp de melhoria no cenário de emprego em relação a 2006. "Tudo caminha para um ano mais positivo no emprego. Embora seja medíocre, já representa um processo de crescimento", afirma, acrescentando que o emprego industrial deve crescer entre 1% e 1,2% neste ano na comparação com 0,5% no acumulado de 2006.

Ele explica que o mercado doméstico continuará a ter reflexo na geração de emprego, mas não de forma decisiva como no ano passado. Tabacof ressalta que a previsão de maiores investimentos contribuirá para a ampliação da criação de vagas na indústria paulista. "Setores com o petroquímico, papel e celulose e a indústria canavieira devem puxar os investimentos privados", afirma.

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O diretor afirma ainda que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado este ano pelo governo federal, também deve contribuir para o aumento do número de postos de trabalho. Mas pondera que a "rapidez com que se consiga implementar o PAC e o ritmo de investimentos do setor público na área de infra-estrutura" podem acabar não se refletindo totalmente em 2007. "Os investimentos nos setores de infra-estrutura e construção civil têm efeito multiplicador para a geração de empregos. Mas o PAC ainda precisa vencer toda uma série de burocracias, que podem fazer ele não ter efeito em 2007.

Setores

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Dos 21 setores pesquisados pelo Ciesp, 14 apresentaram resultado positivo, em fevereiro ante janeiro, com destaque para produtos alimentares, com incremento de 1,83% e geração de 5.036 postos de trabalho. Em seguida, vieram os setores de máquinas e equipamentos (ligado ao setor sucroalcooleiro), com ampliação de 1,72% e a criação de 2.898 vagas; e de material de transporte, com 0,72% e 1.638 empregos.

Enquanto isso sete tiveram participação negativa: confecção de artigos do vestuário, com queda de 0,59% e corte de 834 trabalhadores; edição, impressão e reprodução de gravações, com redução de 0,90% e 719 demissões; e artigos de borracha, com a eliminação de 319 postos de trabalho, recuo de 0,70%.

A pesquisa confirmou ainda a tendência de geração mais forte de vagas no interior paulista. Em fevereiro, em comparação com janeiro, o interior registrou avanço de 0,97% na criação de empregos, enquanto que a Grande São Paulo teve um aumento de 0 03%. No acumulado dos últimos 12 meses, o interior mantém uma elevação de 2,41% e a região metropolitana de São Paulo baixa de 1,36%.