O nível de emprego na indústria paulista subiu 0,70% em maio ante abril, sem ajuste sazonal, resultando na criação de 15 mil postos de trabalho. A informação foi divulgada hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que indica ainda, em comparação a maio do ano passado, também sem ajuste sazonal, a alta de 3,6%, o que levou à geração de 74 mil empregos. O desempenho do mês passado ficou aquém do verificado em abril, quando a oscilação foi de 1,92%, e 40 mil empregos foram criados.
"A alta de 0,7% é claramente positiva, porém modesta para o que estávamos esperando, já que, em abril, a alta do nível de emprego foi de 1,92%. De certa forma, nos decepcionamos um pouco com o desempenho de maio, mas ainda não temos condições de afirmar se foi iniciado um processo de arrefecimento ou de desaquecimento do emprego, porque tal avaliação poderia ser precipitada", analisou o diretor do Departamento de Pesquisas Econômica da Fiesp, Paulo Francini.
O acompanhamento da Fiesp revela que, de 21 setores acompanhados 11 tiveram desempenho positivo, cinco, negativo, e outros cinco estabilidade. Por setor, as maiores variações porcentuais em maio foram vistas em fabricação de coque (tipo de combustível derivado do carvão betuminoso), refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool, com alta de 10 9%; fabricação de produtos alimentícios e bebidas, elevação de 3 30%; fabricação de outros equipamentos de transporte, ganho de 2 7%.
Os piores desempenhos setoriais foram identificados em fabricação de máquinas para escritórios e equipamento de informática, com -2,6%; fabricação de produtos de madeira, -2 28%; e preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigo de viagens e calçados, -1,42%.
Por sindicato, os melhores desempenhos do emprego foram vistos em bebidas (2,93%), mármores (2,65%), materiais e equipamentos ferroviários (1,46%) e artefatos de ferro (1,39%). Os piores resultados por sindicato foram verificados em matérias-primas para fertilizantes (-2,99%), estamparia de metais (-2,84%), calçados de Franca (-2,54%), congelados e supercongelados (-1 94%) e móveis de junco (-1,39%).
Projeção
A Fiesp manteve nesta quinta-feira a previsão de crescimento de 4% para o emprego industrial ao longo do ano, apesar de ter se decepcionado com a alta de 0,7% constatada em maio ante abril. "Nossa projeção de crescimento do emprego industrial, de 4% para o ano, está mantida, assim como entendemos que o PIB (Produto Interno Bruto) ficará mais para 4% do que para 3,5%. Em relação a maio do ano passado, já temos uma alta do emprego industrial em São Paulo de 3,6%, o que facilita a chegada aos 4%, mas devemos sempre lembrar que, no último bimestre do ano, há queda do emprego industrial", explicou o diretor da Fiesp.
Francini salientou que as condições para o crescimento do consumo persistem: massa de rendimentos em expansão; continuidade do crescimento do crédito; ingresso do novo salário mínimo; elevação dos gastos públicos; e ampliação dos investimentos públicos.