O quadro do emprego industrial em junho é de estabilidade, acompanhando o que vem ocorrendo na produção, avalia o economista André Macedo, da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, para números mais fortes na ocupação industrial, será preciso maior vigor na reação da atividade do setor.

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Macedo explica que a forte ligação entre o desempenho recente da produção e os resultados do emprego fica clara nos dados setoriais. Os segmentos que apresentaram pior resultado no mercado de trabalho industrial em junho – calçados e artigos de couro, máquinas e equipamentos e vestuário – são aqueles que têm enfrentado dificuldade na produção, seja pela concorrência de produtos importados ou pela descapitalização dos produtores agrícolas.

Segundo o economista, o segmento de máquinas agrícolas é o de maior impacto em máquinas e equipamentos. Além disso, os setores que vêm apresentando os melhores resultados no emprego, como alimentos e bebidas e aparelhos eletrônicos e de comunicações, não são os mais intensivos em contratação de mão-de-obra, ao contrário de vestuário e calçados, que são intensivos em emprego.

Para Macedo, com os resultados de junho, o mercado de trabalho industrial fecha o primeiro semestre com um "quadro negativo", já que há queda de 0,5% na ocupação ante igual período do ano passado. "Isso está diretamente relacionado com a produção", avalia.

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Salários

O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, na série livre de influências sazonais, cresceu 0,2% em junho ante maio, segundo o IBGE. Nos demais indicadores, na comparação com iguais períodos do ano anterior, os resultados da folha também foram positivos: 1,4% em relação a junho de 2005; 0 4% no acumulado no primeiro semestre e 1,6% no acumulado nos últimos 12 meses.

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