Emprego formal cresceu 1,13% no Paraná em abril

O Paraná criou 17.277 novos empregos com carteira em abril, correspondendo a um aumento de 1,13% em relação a março. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o crescimento do nível de emprego – o terceiro maior do País – foi puxado pelo interior do Estado, com elevação de 1,85% (16.742 vagas), enquanto na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) a variação foi de 0,09% (535 vagas). A geração de postos de trabalho no Paraná superou a média nacional (0,68%) e elevou para 1,544 milhão o total de trabalhadores com carteira assinada no Estado.

O resultado de abril surpreendeu os técnicos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). Foi a segunda maior alta nos meses de abril desde 90, só atrás do índice de 97 (1,18%). “O nível de emprego no Paraná sempre é crescente no primeiro semestre, mas este ano em março, quando normalmente são gerados 15 mil empregos, foram criados 5 mil. Pela primeira vez, desde 90, o índice de março foi menor que o de fevereiro, refletindo a desaceleração da economia”, explicou o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do escritório do Dieese no Paraná. Ele salientou que em abril, no entanto, o nível emprego se recuperou, voltando aos patamares históricos.

Na análise de Cordeiro, o bom desempenho na evolução do emprego formal em abril foi marcado por dois fatores sazonais – safra agrícola, que faz a agricultura liderar a geração de postos de trabalho de março a junho, e Dia das Mães, considerada a segunda melhor data para vendas do comércio e, conseqüentemente, eleva as contratações do setor – e por um aspecto conjuntural, que foi a continuidade das contratações na indústria de alimentação, influenciada principalmente pelo incremento nas exportações.

Setores

Os setores que mais abriram vagas em abril foram: agricultura (6.915), indústria de transformação (6.847) e comércio (2.837). Entre os sub-setores, destaque para indústria da alimentação (4.819), comércio varejista (2.876), indústria de madeira e mobiliário (901) e ensino (630). O destaque negativo foi a construção civil, que eliminou 874 postos de trabalho.

De janeiro a abril de 2003, foram abertos 38.603 novos empregos no Paraná, o que representou um acréscimo de 2,56% – a quarta maior variação no ranking dos estados, bem acima da média brasileira de 1,32%. Com incremento de 3,99%, o interior foi responsável por 91,3% do total de vagas criadas no Estado (35.259). Já a RMC apresentou alta de 0,54%, com a abertura de 3.344 postos de trabalho. No acumulado do ano, as atividades que mais contrataram foram: indústria da alimentação (9.584 empregos), comércio varejista (3.861), ensino (2.749), indústria de madeira e mobiliário (2.528), serviços gerais (2.427) e hotéis e restaurantes (2.411).

Perspectivas

Para maio, o Dieese projeta a geração de 17 mil a 22 mil vagas. Cordeiro ressalta que a previsão pode ser alterada caso haja uma reversão de tendências. “O desempenho da economia hoje está muito restrito a dois fatores, que afetam o orçamento familiar: queda na renda e aumento do desemprego”, aponta, destacando que o consumo das famílias representa 60% do PIB. Segundo estimativa do Dieese, há de 550 mil a 570 mil desempregados no Paraná.

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