Emprego formal atinge maior nível desde março de 2002

O número de ocupados com carteira assinada aumentou mais uma vez em outubro, elevando a formalidade no mercado de trabalho na média das seis principais regiões metropolitanas do País. Em outubro, segundo o IBGE, a ocupação com carteira aumentou 0,8% na comparação com setembro e 6,7% em relação a outubro do ano passado.

Segundo o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o mercado de trabalho "nunca esteve tão formal como está agora" desde o início da série histórica da pesquisa, em março de 2002. O argumento de Azeredo é que o porcentual de ocupados com carteira assinada subiu para 41,5% em outubro deste ano, a maior fatia para os formais registrada desde o início da série. Em outubro do ano passado, por exemplo, o porcentual de ocupados com carteira nas seis regiões era de 40,1%.

Azeredo atribui a elevação no número de ocupados com carteira assinada ao aumento do rendimento e contratações em setores mais formalizados, como a indústria. "Isso pode resultar de um cenário econômico mais favorável, que permite que as empresas estejam contratando com carteira", disse.

Cenário favorável

Mesmo sem a geração de novos postos de trabalho em relação a setembro, o mês de outubro mostrou "um cenário favorável para o mercado de trabalho", segundo avalia Cimar Azeredo. A taxa de desemprego apurada pelo IBGE em outubro foi de 9,8%, que Azeredo considera estável em relação à taxa de 10% registrada em setembro. A taxa de outubro foi a menor desde janeiro deste ano (9,2%). Para ele, o cenário é favorável porque a formalidade continuou alta no mercado de trabalho e, além disso, houve aumento no rendimento em todas as bases de comparação.

Segundo Azeredo, com o fim das contratações temporárias para campanhas políticas no período de eleições, houve pequena redução no número de ocupados e também nos desocupados (que estão procurando emprego) e a população não economicamente ativa (sem trabalho e sem procurar emprego) cresceu 1,2% de setembro para outubro. "Isso pode ter ocorrido porque algumas pessoas que trabalharam em campanha política voltaram para a inatividade", disse.

Azeredo avalia também que o recuo de 2,1% (que ele considera estatisticamente estável) no número de desocupados ocorreu tanto por causa do desestímulo com o fim dos empregos temporários das eleições como também para "uma parada para aproveitar as oportunidades de final de ano".

Taxa média no ano

A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País na média de janeiro a outubro de 2006 foi de 10,2%, maior do que a taxa de 10% apurada no mesmo período do ano passado. Para o gerente de pesquisa do IBGE, não houve variação estatística significativa na taxa de um ano para o outro. "Houve um empate neste ano em relação ao ano passado", disse. Ele atribui a estabilidade na taxa ao fato de que não há geração de postos de trabalho suficiente para que a taxa caia. De qualquer modo, a taxa apurada na média de 10 meses em 2006 foi bem menor do que a registrada no mesmo período em 2004 (11 8%) e 2003 (12,5%).

Azeredo lembrou que, no início deste ano, a expectativa era que a taxa de desemprego caísse em relação a 2005, mas "não há dinamismo na economia para contratar a todo vapor". No entanto, ele avalia que o aumento da formalidade e do rendimento ao longo de 2006 tornaram o mercado de trabalho de maior qualidade para os ocupados nas seis regiões.

Rendimento

O rendimento médio real apurado pelo IBGE no acumulado de janeiro a outubro nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de R$ 1.029,10, ou 4,14% maior do que o registrado em igual período do ano passado (R$ 988,20).

Apesar do crescimento, o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE lembra que ainda não foram recuperadas as perdas no rendimento desde 2002. Ainda que não exista um dado da média de 10 meses daquele ano, em outubro de 2002 o rendimento médio real era de R$ 1.120,53 e em outubro de 2006, chegou a R$ 1.046,50.

Azeredo atribui o aumento do rendimento no acumulado de 2006 em relação ao resultado de janeiro a outubro do ano passado ao aumento da formalidade no mercado de trabalho, o reajuste do salário mínimo e o controle da inflação.

Comércio e indústria

O número de ocupados no comércio cresceu 3,1% em outubro, ante setembro, e 3,3% ante outubro do ano passado, segundo mostra a pesquisa de emprego divulgada hoje pelo IBGE. O gerente da pesquisa avalia que esses incrementos são um sinal de que já há contratações para o final de ano neste setor.

No caso da indústria, o número de ocupados cresceu 1,2% em outubro ante setembro e 2,2% ante outubro do ano passado. Para Azeredo, neste caso também os crescimentos são um sinal de aquecimento do mercado de trabalho neste setor para atender às encomendas do varejo para o Natal.

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