Durante o mês de outubro o setor industrial do mais poderoso estado brasileiro, São Paulo, locomotiva da economia brasileira, gerou pífios quatro mil empregos, com um crescimento em relação ao mês anterior de 0,2%. A informação foi liberada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e o quadro geral não apresentou modificação sensível em relação ao panorama do emprego industrial desde janeiro do ano passado.

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Apesar da atoarda do governo quanto à criação de 7,5 milhões de empregos nos últimos anos, a realidade da indústria paulista é nesse momento um eloqüente contraditório aos números festejados por Brasília. Segundo Paulo Francini, um dos diretores da instituição, o que se vê ?é um pouco da repetição da tragédia ocorrida no ano passado com relação ao crescimento da economia e do emprego?.

No retrospecto de 2006 a Fiesp fechou outubro com a geração de 82 mil vagas, significando apenas 3,97% de aumento sobre o período anterior. O cálculo para os últimos 12 meses encerrado em outubro mostrou o aumento irrelevante de 1,39%. Apenas o setor de informática, de acordo com a Fiesp, teve algum incremento puxado pela liberação de financiamentos do governo federal para a aquisição de equipamentos. O setor foi responsável pela geração de 4,54% do percentual do crescimento do emprego em outubro.

Deve-se levar em consideração a ressalva que os números até agora citados se referem ao setor industrial paulista. Mas, a partir deles, se pode traçar uma linha de comparação com os demais estados, incluindo os menos industrializados, os que por natureza sempre apresentam desempenho negativo na oferta de empregos.

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Com a aproximação do fim do ano, mesmo a expectativa do aumento sazonal da produção não estimula pensar no aumento sensível do número de empregos na indústria, que, se houver, também estará atrelado a uma breve contingência. Da mesma forma acontece com os empregos gerados pelos setores de comércio e serviços nesta época do ano, cujo efeito positivo é rapidamente desfeito pelas demissões após o período das festas.

Portanto, o segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva começará sob o signo do desemprego, desafio ainda longe de ser equacionado pela administração pública e o conjunto de empresas do setor produtivo. Além das alusões circunstanciais e obviedades sobre o tema, a sociedade pouco sabe das reais intenções do governo quanto a projetos de desenvolvimento sustentável, único caminho para garantir emprego e renda para a população.

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