Empregadores e empregados domésticos não entram em acordo sobre FGTS

Brasília – Ainda não foi dessa vez que governo, empregadores e empregados domésticos fecharam um acordo em relação à Medida Provisória 284, aprovada pela Câmara dos Deputados, que obriga o pagamento do FGTS e da multa de 40% sobre o fundo em caso de demissão sem justa causa. A MP, do Executivo, tinha o objetivo de incentivar a formalização do trabalho doméstico, mas com as mudanças feitas pela Câmara há o risco de ser vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre outras modificações também aprovadas pela Câmara, está o seguro desemprego e a estabilidade no emprego para as trabalhadoras grávidas.    

Segundo a ministra da secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcea Freire, o governo vai discutir com todos os interessados o que pode ser feito para atender trabalhadores e patrões.

?O que nós combinamos aqui nesta reunião é que do ponto de vista dos direitos, em relação ao FGTS, a licença maternidade, seguro desemprego e uma série de direitos que estão colocados, e outros tantos aos quais as trabalhadoras domésticas não fazem jus como jornada de trabalho, passarão a ser discutidos?, disse.

De acordo com a presidente da Federação Nacional das Empregadas Domésticas, Ione Santana, a categoria não abre não dos direitos que foram adquiridos com a medida provisória. ?Nós queremos o FGTS, mas não é só o FGTS, são várias outras coisas que agregam o conjunto do FGTS. Não vamos abrir mão de nossos direitos?, afirma.  

Já a procuradora administrativa do Sindicato dos Empregadores Domésticos de Campinas e Região, Camila Haar, disse que os empregadores estão dispostos a encontrar uma solução que satisfaça ambas as partes. Afirmou, porém, que não concorda com o que foi acrescentado pelo Congresso Nacional.

?Concordamos em achar uma solução que seja boa para todos, mas não adianta a gente colocar como era a medida no começo para aumentar a formalização, sendo que foi mudado todo o contexto e agora ela vem trazer mais coisas do que trariam no bojo anterior?, disse Haar.

A ministra Nilcea lembrou que um grupo de trabalho está estudando formas de garantir os direitos das trabalhadoras domésticas sem prejudicar os patrões.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo