Dinheiro num clique

Vendas pelas redes sociais são alternativas pra quem quer trabalhar sem sair de casa

Tribuna EmpreenderBolo, sapato, cestas de verduras ou serviços. Não importa o que, mas vender através das redes sociais, como Facebook ou Whatsapp, os mais usados, tem sido a saída para quem ainda não tem uma empresa formalizada, mas precisa levantar uma graninha e ajudar no sustento da família.

É o caso, por exemplo, da confeiteira Danielle Cristine Vieira, que enxergou nas redes sociais uma oportunidade de negócios. Ela “inventou” uma pizza doce, cuja massa é feita de brownie. Fez tanto sucesso que já patenteou a ideia e a logomarca. Ela vende uma média de 30 unidades por dia de semana, mas nos finais de semana este número salta para 50. Em datas festivas, como no Natal e no Dia das Mães, chegou a vender 300 unidades.

“Hoje em dia já tem gente me copiando”, afirma. Ela fabrica as pizzas em casa e tem ajuda da família. O preço é de R$ 45 a unidade pequena e R$ 55 a grande, mais taxa de R$ 15 para a entrega. “Trabalho de segunda a segunda. E já penso em me formalizar”, comemora.

Quem também vende pelas redes sociais é a administradora Daniele Carlesso. Há quatro anos ela revende sapatilhas, sapatos e botas de uma fábrica de Minas Gerais usando as redes sociais. “Perdi meu emprego e precisava de outra renda. Foi quando tive a ideia de vender pela internet”, relata.

Ela investiu R$ 2 mil na primeira compra e foi à luta. “Sapato é mais complicado de vender, pois a cliente tem que provar. Mas uma vez que ela acerta o número, não precisa mais”, explica.

Como ela compra sempre do mesmo fornecedor, não corre o risco de ter diferença na numeração. A média de vendas é de 150 pares mensais a preços que variam entre R$ 69,90 e R$ 179,90, dependendo do calçado. “Hoje sou eu quem sustenta a família, pois os negócios do meu marido, com a crise, estão parados. Então, quem leva a casa sou eu”, garante.

Clube da Alice e dos negócios

Um grupo com quase 300 mil seguidoras reúne negócios e serviços no Facebook e faz o maior sucesso em Curitiba. O Clube da Alice, criado em 2014 pela fotógrafa Monica Balestieri Berlitz e pela empresária Thayza Melo, surgiu como um clube de desconto e com o tempo, acabou virando uma plataforma de negócios para quem quer vender ou comprar.

“Hoje tem gente vivendo só das vendas através do clube”, comemoram as empresárias. Nele, é permitida a comercialização de qualquer objeto, desde que não sejam réplicas ou produtos falsificados. “Todos os dias surgem cases de sucesso. É muito gratificante”, garantem.

Ao todo, são cerca de 10 mil posts por dia. Com tamanho sucesso, as empresárias já criaram produtos com a logomarca do clube, têm escritório num coworking no Batel e já possuem funcionários.

Páginas devem ter conteúdo transparente

Canal de comunicação das empresas com os consumidores, as redes sociais hoje em dia também servem para o comércio informal. Para o consultor do Sebrae-PR João Luís de Moura, usar as redes sociais como canal de vendas é “um excelente negócio, a custo praticamente zero”.

Mas para que se tenha sucesso nas vendas, o consultor faz algumas observações. Além de ser “transparente”, pois muito da propaganda neste tipo de negócio é feita boca a boca, com compartilhamentos e recomendações, ele acentua, por exemp,lo, que se devem cumprir prazos de entrega e conhecer o público consumidor.

Outra dica do consultor é prestar atenção nos horários e frequência das postagens. E principalmente no Whatsapp, não ser insistente, enviando mensagens a toda hora. “Não seja evangelizador do seu negócio. Muita gente acessa as redes sociais no trabalho ou locais públicos e ter o celular apitando direto é muito desagradável”, lembra.

Thayza e Monica, do Clube da Alice. Ajudando as mulheres a divulgarem seus negócios pela internet.
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