Uma das pioneiras neste modelo de negócios é a Cnova. Começou através da bandeira Extra.com em 2013 e no ano passado ampliou as operações para CasasBahia.com, Pontofrio.com e Cdiscount.com.br. Ao todo, a Cnova já soma mais de 65 milhões de acessos em sua plataforma.
Atualmente, 80% dos parceiros da Cnova são micro, pequenos e médios lojistas, com faturamento entre R$ 40 mil e R$ 70 mil por mês. São mais de 3,5 mil lojistas cadastrados nas bandeiras, que comercializam mais de dois milhões de ofertas. Somente no Paraná são mais de 700 empresas cadastradas.
A Audiodriver, do guitarrista Jones Paulo, por exemplo, é uma delas. Jones conta que começou vendendo instrumentos musicais pela internet, depois sentiu a necessidade de abrir uma loja física e hoje é usuário das duas plataformas.
“Estar num lugar com nomes conhecidos, além de agregar valor, agrega confiança aos nossos produtos”, destaca. De acordo com ele, geralmente os clientes são fiéis às marcas representadas pelo marketplace. “Sem contar a facilidade de poder procurar e achar tudo num lugar só”, enfatiza.
Jones também contabiliza aumento de vendas. “Para este segundo semestre já teve aumento. Só quem mantém um site na internet sabe o custo operacional. Vender por uma plataforma de marketplace é muito mais econômico e vantajoso”, assegura. Geralmente, a plataforma fica com 12% a 16% do valor da compra, dependendo da categoria e da margem de lucro do varejista.
Quem também usa a plataforma da Cnova é a empresa curitibana Guimepa. “A capilaridade é o mais interessante. Dá para atingir uma dimensão de pessoas que a plataforma de uma empresa sozinha não tem como atingir”, avalia Nilsa Guimarães, diretora comercial da empresa. De acordo com ela, entre as vantagens deste tipo de comercialização estão o risco zero de não receber pelas vendas, além de ser uma grande vitrine nacional para os produtos da empresa.
Atualmente, 60% das vendas da Guimepa são efetuadas através de marketplace. “E a tendência é de crescimento, a cada cinco vendas no mercado eletrônico hoje no Brasil, uma é de marketplace”, afirma Nilsa. De acordo com ela, até 2020, as vendas pela internet deverão subir cerca de 30%.
“Estar numa plataforma com parceiros conhecidos é fator decisório para o consumidor final. É para profissionais, amadores não se criam, pois é a imagem que está em jogo. O controle da Cnova é rigoroso, tudo feito eletronicamente. Compra, prazos, entrega, tudo. Se não fizer direito pode sofrer sanções”, afirma Nilsa.
Num país com a dimensão do Brasil, lembra ela, poder chegar aos lugares mais distantes com o seu produto, só com uma plataforma de marketplace. “Os canais vêm crescendo 15% anualmente. Em plena crise, quem contabiliza esse percentual de crescimento?”, questiona. Com mais de 210 milhões de brasileiros, o país apresenta apenas 62 milhões de pessoas conectados à rede. “Imagina o potencial de crescimento”, complementa.
Orgânico
Com mais de 3,5 mil lojas cadastradas na plataforma, a Cnova é uma das empresas pioneiras em marketplace no Brasil. Hoje, pelo menos 2 milhões de produtos são ofertados diariamente e o diretor José Nilson Ferreira contabiliza crescimento orgânico da empresa. “As vendas de varejo online vêm crescendo em média 5% no país”, afirma.
O marketplace representou 15,6% do volume total de vendas da Cnova no Brasil no primeiro trimestre de 2016. Segundo Ferreira, de janeiro de 2014 a dezembro de 2015, o número de lojistas no marketplace da companhia avançou 10 vezes, enquanto que, somente no ano passado, o crescimento foi de seis vezes neste modelo de negócio. “Existe espaço para crescer muito mais. As possibilidades são infinitas”, assegura.
Vantagens
– Visibilidade por estar hospedado em uma grande marca;
– Alto número de visitas diárias;
– Não precisa se preocupar com custos relacionados a desenvolvimento de site, hospedagem em uma bandeira terceira e marketing para divulgação da marca. O valor de comissão sobre as vendas é o único pagamento exigido, além da responsabilidade pela entrega do item comercializado;
– Gestão de risco de toda a operação (charge back, parcelamento, SAC e aprovação do pedido) feito pela marca que administra o marketplace;
– Ciclo de pagamento da venda feita pelo lojista, em média, realizado em 15 dias. Recebe todo o dinheiro adiantado mesmo se a compra for parcelada.
Como funciona
– Além de os lojistas precisarem ter uma escala de distribuição nacional e emitir NFE, é necessário entregar os seguintes documentos para operarem nos sites da Cnova: CNPJ, inscrição estadual, nota fiscal eletrônica e certificado de que não há debito na Receita Federal.
– Não existe nenhum valor fixo mensal e todos os custos são variáveis em cima da venda, por meio da comissão acordada em contrato. A comissão contempla grande parte dos custos e riscos operacionais da venda online, tais como charge back, antifraude, taxas de administração, custos de mídias pagas e tráfego.
Outro benefício para o lojista é a antecipação de recebíveis, no qual o lojista recebe o valor à vista, independentemente do número de parcelas que o cliente opta por fechar a compra. Fora esses aspectos, o pequeno comerciante é incluído em todos os avanços que as grandes marcas desenvolvem para sua estratégia online, como aperfeiçoamentos tecnológicos de plataforma, aplicativos e campanhas de marketing.
Para isto, basta que o cliente escolha o produto que quer comprar e finalizar a compra com um único pagamento, inclusive com um único valor de frete também, independente se a compra inclui produtos de diversos vendedores. Depois de aprovada a compra o sistema divide o pagamento entre administrador, lojista e integrador de pagamento, permitindo maior liberdade e transparência, entre outros.
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