“A ideia é oferecer aos clientes diversidade de produtos diretamente de quem faz e abrir a casa para capacitação e troca de experiências entre os artesãos”, explica. Hoje, o local conta com 38 marcas e reúne moda, decoração, artigos pet, linha baby, brinquedos, compotas e doces, entre outros. As prateleiras são alugadas individualmente, a preços entre R$ 55 (35 X 70 cm) e R$ 110 (45 X 100 cm). A empresária ainda dispõe caixotes e displays com produtos.
Além de comercializar produtos, a artesã também realiza workshops e oficinas, colaborando na profissionalização de quem quer empreender com artesanato. Com uma prateleira alugada no local, onde vende sua marca de molhos e geleias, a Dalla Rose, Rosemary Dallarmi, por exemplo, fez o curso de decoração de pratos. “Quero montar kits com os produtos para o final do ano. Assim, posso vender mais caro”, explica.
Outra artesã que aprendeu a decorar pratos foi Sandra Zanin Cheslak. Ela também tem uma prateleira alugada na loja, assim como realiza cursos de decoupage no local. Depois de prontos, os pratos são comercializados a R$ 35 a unidade. “Gosto de trabalhos manuais e aqui na Bendita a gente tem a oportunidade de além de vender, ampliar os nossos conhecimentos”, elogia.
A casa
A Bendita é daquelas lojas em que o cliente entra e fica perdido, de tanta coisa bacana que tem. Além das prateleiras que abrigam objetos descolados, o onde está montada tem história. Na casa de madeira bem típica do Paraná funcionou por 45 anos um salão de beleza. “A dona já estava bem velhinha e os filhos resolveram aposentá-la”, conta Sarah.
Toda reformada e adaptada, a loja foi pintada de seis cores diferentes. No quintal, funciona um espaço para festas e exposições. Dentro também tem maquinários para cursos, como o de prato e corte e costura. Os valores giram em torno de R$ 80, dependendo do curso.
Bordando histórias
Vinda de uma família que tem uma relação forte com o artesanato, a publicitária, figurinista, atriz e agora artesã Nana Vendruscolo é uma das empreendedoras que divide espaço na Bendita. Ela faz bijuterias e peças de decoração com bordados inspirados em livros infantis, filmes e referências que fazem parte de seu cotidiano.
Começou com patchwork e para enfeitar os trabalhos que fazia, começou a bordar. “Para deixá-los mais carinhoso. Daí o trabalho evoluiu para as peças”, explica. Os colares bordados em pequenos bastidores são delicados, assim como todo o seu trabalho.
Há um mês expondo numa prateleira da Bendita, Nana avalia que se não fosse o espaço colaborativo, ela não teria condições de abrir um comércio exclusivo. “A ideia é muito legal, pois nada como ter o objeto para ser levado na hora. Estou vendendo super bem”, garante.
O que é um espaço colaborativo
De acordo com o Sebrae, o consumo colaborativo é a prática comercial baseada em trocas, compartilhamentos, empréstimos e que dispensa dinheiro nas transações. Com a crise econômica mundial e o aumento da consciência ambiental, a tendência ganhou força, inclusive no Brasil.
Por ser simples, o mercado colaborativo exige menos gastos. Nessa ideia, as lojas colaborativas propõem expor e vender produtos de diferentes segmentos, a exemplo de roupas, presentes, acessórios e decoração, em um mesmo local e de diferentes pessoas com custos que podem variar de acordo com o tamanho do espaço utilizado pelos produtos.
O objetivo é que empresários de pequenos negócios consigam expor para dar boa saída a suas peças e ao mesmo tempo economizar, além de poder formar público consumidor e divulgar marcas.
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