As emissoras têm pressa em definir o padrão de TV digital, e voltam à carga com propaganda em defesa do padrão japonês amanhã (7), mesmo dia em que o comitê de ministros que trata do assunto tem uma reunião marcada com o presidente Lula. O anúncio diz que, para garantir a qualidade do sinal, a alta definição, a mobilidade e a interatividade, "só existe um sistema no mundo: o ISDB-T, adotado no Japão e recomendado para a TV digital do Brasil pela SET (Sociedade de Engenharia de Televisão) e pelas emissoras de TV".
Devem participar da reunião os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Hélio Costa (Comunicações), Guido Mantega (Fazenda) e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia). Na quarta-feira, foi apresentado a eles um estudo de mercado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre a viabilidade de se instalar uma fábrica de semicondutores no País, uma das metas do governo nas negociações com grupos estrangeiros detentores dos padrões de TV digital.
O governo analisou três padrões: o japonês ISDB, o europeu DVB e o americano ATSC. Hélio Costa, a exemplo das emissoras, defende o padrão japonês. Consórcios locais de pesquisadores também desenvolveram o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), que combina padrões tecnológicos internacionais numa solução mais adequada à realidade local. Inexplicavelmente, este trabalho deixou de ser discutido pelo governo, que financiou as pesquisas.
A campanha é assinada pela Bandeirantes, Cultura, Globo, Record, RedeTV!, Rede Vida, SBT, 21, CNT e Rede Mulher.
O anúncio, além de defender o padrão japonês, destaca o alcance da televisão aberta e explica ao espectador como a TV digital irá funcionar: "Você vai poder assistir à TV, em alta definição, onde quiser – no ônibus, no trem, no carro, no metrô, no celular, onde o telespectador quiser".
Destaca também que o serviço continuará gratuito e que não será preciso trocar o televisor. O espectador pode comprar um conversor ou continuar com o sinal analógico.
