Técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semi-Árido) estão apresentado hoje (9) aos trabalhadores rurais do assentamento Manga Nova, em Lagoa Grande, no sertão de Pernambuco, tecnologia que transforma plantas secas como capim buffel e palha de milho sem valor nutritivo, em forragem animal de qualidade.
O capim buffel é uma gramínea forrageira, que apresenta grande adaptação às condições climáticas adversas do Semi-Árido nordestino, com boa capacidade de rebrota. Adapta-se melhor em solos leves e profundos, podendo também se desenvolver satisfatoriamente em solos argilosos, desde que não sofram encharcamento.
Segundo o pesquisador Antônio Matias, a técnica, de baixo custo, é resultado da ação do gás amônia, obtido a partir da mistura de uréia à água, que amolece o material e restitui o valor protéico das plantas. Ele explicou que o capim buffel que na época de chuva chega a conter 10% de proteínas, conserva apenas 3% de valor protéico durante a fase da estiagem. "A amonização permite que matos secos pelo sol escaldante do semi-árido sejam transformados em alimentos apropriados para os animais", destacou.
O pesquisador ensinou que para fazer o procedimento são necessários 100kg de material seco, 25 litros de água e 4kg de uréia. Disse ainda que o produtor precisa também dispor de uma lona plástica para envolver o material tratado, evitando que o gás evapore antes que ocorra o processo de amolecimento.
Os técnicos da Embrapa recomendam aos agricultores que o mato amonizado seja armazenado próximo ao local onde os animais são alimentados.