A Embraer desembarca, no próximo mês, em Paris, na mais importante feira da
aviação mundial, a de Le Bourget, levando na bagagem uma réplica do 14 Bis, de
Santos Dumont, que ficará exposta ao lado do jato executivo Legacy. A intenção
da empresa – com encomendas de US$ 9,9 bilhões até o encerramento do primeiro
trimestre, quando registrou receita líquida de R$ 2 bilhões – é mostrar a
evolução da aviação brasileira nos últimos 100 anos. Durante os sete dias da
feira, que começa dia 13 de junho, a réplica e documentos do aviador ficarão em
exposição.
O primeiro vôo do 14 Bis ocorreu na França, no Campo de
Bagatelle, em 23 de outubro de 1906, o que deu a Alberto Santos Dumont o título
de "pai da aviação" – embora os americanos contestem, mesmo diante do fato de os
irmãos Wright terem voado com um aparelho que precisava de uma espécie de
estilingue para sair do chão, enquanto o 14 Bis saiu do chão
sozinho.
Como franceses e brasileiros não alimentam dúvidas quanto aos
méritos de Dumont, a Embraer espera atrair olhares curiosos com a réplica que
nasceu do sonho de um empresário goiano – Alan Calassa – que está preparando
duas outras (uma para si mesmo e outra que deverá ser entregue ao Museu
Aeroespacial, uma vez que a Aeronáutica também participa do
projeto).
Para chegar ao modelo perfeito, foram usados bambus indianos,
seda japonesa e cola francesa. A réplica pesa 220 quilos e a intenção da Embraer
é que essas réplicas voem em setembro e outubro do próximo ano, em Brasília e em
Paris, para marcar o vôo histórico de Dumont. A agência Publicis, Salles Norton
também prepara peças publicitárias que a Embraer levará para Paris.
A
expectativa da empresa, que exibe nessa feiras jatos executivos e regionais,
mais os caças, é conquistar encomendas sob as bênçãos de Dumont, que odiava ver
aviões usados para fins bélicos.
