Para o embaixador do Brasil no Equador, Sérgio Florêncio, não haverá nenhuma conseqüência negativa entre os dois países pelo fato de o governo brasileiro acolher o ex-presidente equatoriano Lucio Gutiérrez. "O asilo político não significa qualquer juízo de valor em relação ao asilado, não significa qualquer sentimento positivo ou negativo em relação asilado e o nosso objetivo é o contribuir para a superação de uma crise política".
O diplomata afirmou, também, que o asilo político entre nações amigas, como é o caso entre Brasil e Equador, é uma tradição na diplomacia brasileira e que está previsto na legislação que rege as relações latino-americanas, principalmente quando há ameaça à integridade física. "Nos casos em que uma autoridade de um país amigo manifesta essa condição, então nós decidimos conceder o asilo".
O ex-presidente do Equador está na Embaixada do Brasil em Quito, capital daquele país. Gutiérrez pediu asilo político ao governo brasileiro e deve chegar ainda hoje ao Brasil. Ele vinha enfrentando uma série de protestos depois que tomou a decisão de destituir a Suprema Corte do Equador. Várias correntes políticas questionaram a constitucionalidade deste ato e, desde a semana passada, vinham acontecendo protestos e manifestações populares em várias cidades do país. Em sessão extraordinária do Congresso unicameral do Equador, que durou menos de uma hora, Lucio Gutiérrez foi destituído do poder.