O governo do novo presidente equatoriano, Alfredo Palacio, terá uma tendência
fundamentalmente nacionalista e de integração com a América do Sul, afirma o
embaixador do Equador no Brasil, Diego Ribadeneira. Além da perspectiva de
transformações na área econômica e política, Palacio terá de tomar medidas
importantes para restabelecer o sistema Judiciário no Equador.
"Ele terá
que eleger uma nova Corte Suprema, que seja realmente independente; criar um
novo ordenamento jurídico, que foi praticamente destruído; pensar no tribunal
constitucional e no tribunal eleitoral. O país estava destroçado juridicamente.
Ele tem que conduzir o país a uma normalidade para as eleições, no próximo
ano."
O embaixador acredita que o fato de o Brasil ter dado asilo
político ao presidente deposto, Lucio Gutiérrez, não significará interferências
nas relações entre os dois países. "Compreendemos muito bem que o presidente
Lula tomou essa decisão como uma forma de contribuir à normalidade no Equador e,
longe de estarmos tolhidos pelo assunto, estamos agradecidos por essa decisão do
presidente Lula", disse Diego Ribadeneira.
Diego Ribadeneira assegurou
que, apesar de haver uma parcela da população contrária ao atual momento
político vivido pelo país, a situação no Equador, hoje, é de
tranqüilidade.
"Temos que lembrar que há uma parte da população que não
acredita nos políticos por causa de tantos problemas que o Equador teve nos
últimos anos. Mas, em geral, a situação está sob controle e, depois da saída do
ex-presidente para o Brasil, a situação melhorou ainda mais. Neste momento é de
total tranqüilidade."
