Embaixador dos EUA nega espionagem contra Brasil

O embaixador adjunto dos Estados Unidos no Brasil, Phillip Chicola, negou hoje, em entrevista coletiva, que o governo americano e o órgão de inteligência do seu País, a CIA, tenham feito espionagem contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou qualquer outra autoridade do governo brasileiro.

Ele se referia a reportagens da imprensa brasileira sobre relatório que o espião americano Frank Holder produziu para a empresa multinacional de auditoria Kroll, no qual Lula, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e outros dirigentes do governo petista são citados como titulares de contas bancárias em paraísos fiscais.

Phill negou também que o embaixador John Danilovich tenha se encontrado alguma vez com o espião. "Pesquisei a agenda da Embaixada nos últimos 18 meses e falei com o embaixador pessoalmente. Posso garantir categoricamente que tal encontro não houve", disse Phill, que substitui o embaixador no cargo desde novembro passado. Ele admitiu, porém, que Holder se encontrou com o ministro para assuntos comerciais dos Estados Unidos no Brasil, John Harris, em Washington, em dezembro de 2004.

O encontro, conforme revelou, foi para tratar de disputa comercial pelo controle da Brasil Telecom, entre os grupos Opportunity e Telecom Itália, na qual a Kroll tinha interesses em jogo. "Foi um encontro de rotina de um representante comercial, mas o Sr. Harris negou categoricamente qualquer apoio nessa disputa".

O embaixador ajunto alegou que, embora seja comum o governo americano apoiar empresas do seu país em disputas comerciais, nesse caso resolveu ficar de fora porque, conforme explicou, a Kroll era alvo de investigações no Brasil e nos Estados Unidos por conta de espionagem ilegal.

Ele negou também que Holder seja ou tenha sido funcionário da CIA. Phil disse que o episódio causou desconforto ao governo americano e que ele manteve encontro ontem com representantes do Itamaraty para dar esclarecimentos em nome do seu país, mas negou que tenha havido alguma recomendação do presidente George Bush nesse sentido.

"O governo dos Estados Unidos não está investigando qualquer autoridade do governo brasileiro, com o qual mantém boa parceria e cooperação em várias áreas, inclusive a de segurança. No que toca ao governo americano, as informações do relatório são totalmente falsas", garantiu. O embaixador adjunto observou que não tem condições de opinar sobre o conteúdo das demais informações do relatório.

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