O chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos do governo, ex-ministro Luiz Gushiken, insistiu na tese de que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de abrir investigação a respeito da confecção de cartilhas com feitos do governo ocorreu devido à véspera da eleição e que é apenas uma decisão preliminar. Quase um milhão destas cartilhas foram entregues ao PT, para distribuição em todos os Estados.
"Estranho que somente agora, às vésperas das eleições, venha a se apontar suposto conteúdo não institucional, quando à época – quase dois anos atrás – todos os deputados, senadores, governadores, prefeitos e outras autoridades receberam o referido material. Naquela ocasião, nenhum questionamento foi levantado, pois, de fato, o material tem cunho estritamente institucional e não partidário", afirmou Gushiken, em nota. "Certamente, alguns setores políticos prefeririam que o governo federal não prestasse contas e nem divulgasse suas realizações", provocou ele.
Gushiken afirmou ainda que o acórdão do TCU "estabelece que a etapa seguinte do processo permitirá a apresentação de defesa e das provas de que não existiu qualquer ilegalidade, nem prejuízo aos cofres públicos, na produção e distribuição do material informativo". Para o ex-ministro, não há óbice de natureza legal na forma como foram distribuídas as revistas.
Assessores do PT foram atrás dos números de abertura de processos pelo TCU para defender o governo. De acordo com levantamento feito por eles, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso foram abertas 872 tomadas de contas especiais por ano em média. E que só em 1998, último ano do primeiro mandato de Fernando Henrique, foram 2.518 processos.