Brasília – A Funcef (Fundação dos Economiários) divulgou hoje (22) nota em que contesta o relatório parcial divulgado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. O documento "apresenta números errados com relação às aplicações realizadas pela Funcef nos Bancos BMG e Rural", diz a nota, acrescentando que a Funcef "rechaça a hipótese de que seus investimentos possam ter sido utilizados para qualquer finalidade distinta aos objetivos de rentabilidade e proteção do patrimônio de seus 75 mil associados".
A nota informa que "o total investido pelos gestores terceirizados da Funcef em CDB do Banco Rural em 2004 foi R$17 mil e não os R$ 22.350 mil divulgados pela CPMI". E explica: "O erro é conseqüência do fato de se ter considerado uma renovação realizada pelo gestor Banco Safra como um novo investimento".
Segundo a nota, "não houve direcionamento da Fundação para que esses CDBs fossem adquiridos. A escolha foi feita por gestores terceirizados". A Funcef ressalta que se limitou a "verificar se as iniciativas dos gestores estavam enquadradas nos limites operacionais definidos internamente para assunção de risco de crédito bancário". E que "nenhuma aplicação foi feita nos bancos BMG e Rural na atual gestão. Diferentemente do período 1998/2000, quando foram feitos vultosos investimentos em CDBs desses dois bancos".
Depois de explicar que "a busca por alternativas rentáveis de investimentos lastreados em risco de crédito bancário foi um movimento generalizado do mercado nos anos de 2003 e 2004, devido à redução do prêmio dos títulos públicos federais e pela expansão das operações de crédito do sistema bancário", a nota destaca que "os investidores necessitavam compensar a redução da rentabilidade oferecida pelos títulos públicos federais, que passaram de uma taxa, com deságio, de 107% do CDI na média de 2002 para uma taxa média de 101% do CDI em 2004".
Informa ainda que foram adquiridos CDBs de diversas instituições bancárias, "como ABN Amro Real, Banco da Amazônia, Banco Dibens, Banco J.P. Morgan, Banco Pactual, Banco Santander, Banco Votorantin, BI Credit Suisse, Banco HSBC e Unibanco, entre outros, totalizando aproximadamente R$ 950 milhões". E que ‘tal número evidencia que não houve direcionamento para os Bancos Rural e BMG. A CPMI dos Correios não considerou esse movimento em seu relatório parcial".
