Em meio à crise política, Lula afirma estar tranqüilo

Antes de deixar o Itamaraty, depois de participar de um almoço com o presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à imprensa que está tranqüilo. "Mais do que tranqüilo – e ainda porque o Corinthians ganhou do Flamengo de 4 a 2".

O governo enfrenta uma crise política iniciada com as denúncias de corrupção envolvendo parlamentares. A partir de amanhã (14), o presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), começa a prestar depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e à comissão de sindicância da Câmara. Tanto o Conselho quanto a comissão querem ouvir Jefferson sobre as denúncias feitas à imprensa sobre o suposto pagamento de propina (mensalão) a deputados em troca de apoio ao governo.

Jefferson afirmou ontem, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que discutiu a distribuição de cargos no governo em reuniões, no Palácio do Planalto, com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, o presidente nacional do PT José Genoino, o secretário nacional de Finanças, Delúbio Soares, o secretário-geral, Silvio Pereira, e o secretário de Comunicação, Marcelo Sereno.

O deputado também diz que o dinheiro utilizado pelo PT para pagar as mesadas vinha de empresas e estatais. Apesar de afirmar não ter provas, o deputado diz que o dinheiro chegava a Brasília "em malas" e seria distribuído por Delúbio Soares, o publicitário Marcos Valério e o líder do PP na Câmara, José Janene (PR).

Além disso, Jefferson é acusado de envolvimento em esquemas de arrecadação de propinas em benefício do PTB em estatais como os Correios e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). As investigações sobre corrupção nessas estatais estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União, além de comissões internas de sindicância.

As acusações surgiram a partir da divulgação do conteúdo de uma fita de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Mauricio Marinho, recebe R$ 3 mil de empresários para favorecê-los em uma licitação da empresa. Na fita, ele revela supostos detalhes de um esquema de arrecadação para o PTB.

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