O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou em Lisboa que a carga fiscal brasileira deveria cair dez pontos porcentuais em relação ao Produto Interno Bruto. Ele gostaria que a carga fiscal brasileira fosse inferior a 30% do PIB.
"O Brasil tem carga tributária de 38,9% do PIB, quase 40%. Acredito que ela está no mínimo dez pontos maior do que deveria. Se você pegar os países emergentes – Argentina, Chile, Venezuela México – todos têm menos de 30 pontos. Alguns têm 20% de carga tributária. E o pior é que ela aumenta a cada ano. No ano passado aumentou 1,5% do PIB", afirmou.
Para Alckmin, reduzir a carga tributária depende de um processo de reformas do Estado. "Nossa carga tributária está acima do que deveria estar, mas isso não se faz em 24 horas. Vamos fazer um trabalho de reestruturação administrativa, que é a questão central para poder ter uma carga fiscal menor e o Brasil crescer.
Na explicação, ele criticou a política econômica do governo. "A fórmula do governo tem sido aumentar os gastos correntes e os impostos e cortar investimentos. Nós vamos fazer o contrário: cortar gastos correntes, cortar impostos e aumentar o investimento. Esse parece ser o caminho para ter um crescimento mais forte." Sobre a CPMF, Alckmin afirmou: "A CPMF não é boa, porque é um imposto em cascata, não de valor agregado. É evidente que não se pode em 24 horas abrir mão de um tributo que arrecada 30 bilhões de reais, mas o objetivo é ter um sistema tributário mais eficiente e ir desonerando as cadeias produtivas para o país crescer mais." Alckmin manteve em Lisboa encontros com o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, e com o primeiro-ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.