O papa Bento XVI reiterou nesta terça-feira (13) a negação da comunhão para católicos divorciados que se casam novamente e disse a políticos católicos que a posição do Vaticano contra o aborto e o casamento gay não está aberta a negociação. Num documento de 131 páginas, o papa reafirmou também a exigência do celibato para os padres. "O celibato dos padres vivido com maturidade, alegria e dedicação é uma grande bênção para a Igreja e para a sociedade", escreveu o papa.

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O documento referenda recomendações feitas por bispos de todo o mundo num encontro em 2005 no Vaticano, que rejeitou qualquer mudança na exigência do celibato. Bento disse que os bispos não deveriam "de forma alguma" baixar padrões para admissão em seminários a fim de compensar a escassez de clérigos em partes do mundo. "Certamente, uma distribuição mais eqüitativa de clérigos ajudaria a resolver o problema", escreveu Bento, sem entrar em detalhes.

No ano passado, o papa liderou uma reunião no Vaticano sobre o celibato que rechaçou um desafio do excomungado bispo africano Emmanuel Milingo, que defende que a Igreja permita que os padres se casem. Bento também reconheceu as "dolorosas situações" de católicos divorciados que não podem mais receber a comunhão depois que se casam novamente. A Igreja Católica não permite o divórcio e considera que o fiéis em tal situação que voltam a se casar e consumam o casamento vivem em pecado.

Se fracassam esforços para anular o primeiro casamento, e o casal continua a viver junto num novo matrimônio, "a Igreja encoraja esses membros da fé a se comprometerem a viver sua relação como amigos, como irmão e irmã", disse Bento. Ele reiterou a posição de seu predecessor, João Paulo II, de que católicos divorciados que voltam a se casar não podem manter relações sexuais com seu novo parceiro se querem receber a Eucaristia.

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