A política partidária não é tema comum das conversas no centro de Cruzeiro d’Oeste, cidade com 20 mil habitantes, a 570 quilômetros de Curitiba, no noroeste do Paraná. Alguns moradores, mesmo estimulados a comentar, saem da roda. Mas quem solta o verbo em geral defende o deputado José Dirceu (PT-SP), que viveu, clandestinamente, por quatro anos no município, quando retornou de Cuba.
"Abriram o sigilo fiscal, bancário e telefônico dele e não encontraram nada", reagiu o cabeleireiro Edivaldo Ferreira de Lima, que cortava o cabelo de Dirceu, quando ele vivia na cidade com o nome falso de Carlos Henrique Gouveia de Melo. O profissional autônomo Pedro Paris é categórico. "Sou contra a cassação do ‘Zé Dirceu’." Para Paris, uma possível cassação prejudicará a cidade, administrada pelo filho do deputado do PT de São Paulo, José Becker de Oliveira e Silva (PT), o "Zeca Dirceu". "O povo votou no pai", disse. Hoje, "Zeca Dirceu" preferiu não se pronunciar, segundo a assessoria.
Também o professor aposentado João Risseto disse que não gostaria que Dirceu fosse cassado. "Mas lá é um jogo político", afirmou.
