O deputado Carlos Willian (PTC-MG), aliado do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encarregado de coordenar o PMDB na CPI, apresentou nesta quarta-feira (16) requerimentos que atrapalham a vida do governo na CPI do Apagão Aéreo da Câmara ao defender convocação do ministro da Defesa, Waldir Pires, e do comandante da Aeronáutica brigadeiro Juniti Saito. O governo não quer ver nenhum dos dois neste primeiro momento, depondo na CPI. A manobra revelou a tática do PMDB do Rio de usar a CPI para pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nomear o ex-prefeito Luiz Paulo Conde para Furnas.
A bancada do PMDB fluminense estaria irritada depois que o presidente Lula ofereceu a Conde uma diretoria da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), no lugar de Furnas. "Não é pleito da bancada do PMDB do Rio a CBTU. Se for isso, a bancada prefere que não se dê nada. A CBTU não é um cargo condizente com o tamanho da bancada do Rio", disse Eduardo Cunha. Ele ficou irritado com a nomeação de Elias Fernandes, indicado pelo líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), para o Departamento Nacional de Obras (Dnocs), enquanto o cargo do ex-prefeito permanece indefinido.
Logo no início da sessão da CPI do Apagão Aéreo, o deputado Carlos Willian reclamou publicamente da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Segundo Willian – também fiel aliado do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) -, a ministra não está conversando com os parlamentares. Além de defender a convocação de Waldir Pires e do brigadeiro Saito, o deputado também quer que a CPI volte ao Cindacta 1 para conversar com os controladores de vôo. Na segunda-feira, integrantes da comissão foram Cindacta, em Brasília, mas não puderam visitar a sala de controle aéreo.