O ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, morto no dia 10 de dezembro, deixou uma carta póstuma em que reivindica o golpe militar que derrubou Salvador Allende e se diz orgulhoso por sua atuação no episódio e nos anos que se seguiram.
Na carta, Pinochet afirma que precisou atuar "com o máximo de rigor e firmeza" para evitar a ameaça de uma "guerra civil". Em 1973, "foi preciso empregar diversos procedimentos de controle militar, como reclusões transitórias, exílios autorizados, fuzilamentos com julgamento militar", acrescenta.
Durante a ditadura, entre 1973 e 1990, cerca de 3 mil pessoas morreram e outras milhares desapareceram. "Em muitas mortes e nos desaparecimentos dos corpos é muito possível que não se obtenha jamais uma explicação precisa de como e por que eles aconteceram", escreve.
Uma outra revelação, feita pelo jornal chileno El Mercurio, dá conta de que Pinochet fez uma visita secreta à Bolívia em 1988, pouco antes do plebiscito que pôs fim a seu governo. Durante a visita, o ex-ditador visitou o então presidente Víctor Paz Estenssoro e sua irmã, Amelia, que morava em La Paz.
