Em carta de despedida, Saddam diz que vai virar “mártir”

Em uma carta de despedida divulgada nesta quarta-feira (27), Saddam Hussein disse estar pronto para ser "sacrificado em nome do Iraque" e que morrerá como um "verdadeiro mártir". O ex-ditador pediu ainda que o povo iraquiano se una contra os inimigos do país.

A carta vem a público um dia após a Corte de Apelações iraquiana manter a pena de morte contra Saddam, que deve ser executado até o dia 27 de janeiro do ano que vem. Ele foi condenado à forca por ser considerado responsável pela morte de 148 xiitas na cidade de Dujail, em 1982.

Divulgada num site do Baath, partido de Saddam quando ele ainda detinha o poder, a declaração teve sua autenticidade confirmada pelos advogados. De acordo com eles, o ex-presidente iraquiano escreveu a carta em sua cela, no dia 5 de novembro, dia de sua condenação.

Na mensagem, Saddam também afirmou que o Irã e os Estados Unidos são os responsáveis pela violência atual no Iraque. "Os inimigos do país, os invasores e os persas viram em sua unidade uma barreira entre vocês e aqueles que agora os estão dominando." Segundo ele, apenas uma união "entre os filhos da nação" pode impedir que o Iraque "caia na servidão".

Em um segundo processo, ainda em andamento, Saddam está sendo julgado pelo uso de armas químicas em aldeias curdas ao norte do Iraque, entre 1987 e 1988. Estima-se que 180 mil curdos tenham sido mortos nesses ataques.

Pentágono

O Pentágono informou hoje que enviará mais 3.500 soldados ao Kuwait no ano que vem, para servirem como uma força de reserva para atuarem no Iraque. A administração do presidente americano, George W. Bush, está analisando a possibilidade de ampliar as tropas dos EUA no conflito iraquiano e deve chegar a uma conclusão em janeiro. Há atualmente 134 mil militares americanos no Iraque.

Um carro-bomba foi detonado hoje perto de uma barreira rodoviária do Exército iraquiano no leste de Bagdá, matando oito civis e ferindo outras 10 pessoas.

O Pentágono anunciou hoje a morte de três militares americanos em incidentes separados, e a Letônia informou a morte de dois de seus soldados na explosão de uma bomba na beira de uma estrada – as primeiras vítimas fatais de militares do país báltico desde 2004 no Iraque.

Na cidade sagrada de Najaf, milhares de partidários do clérigo xiita antiamericano Muqtada al-Sadr – líder da milícia Exército Mehdi – saíram às ruas para protestar contra a morte de um combatente por tropas dos Estados Unidos.

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