Todo concurso público é uma incógnita – um grande mistério. Muitos procuram desvendar os segredos inerentes aos certames, mas a grande maioria desiste logo após os primeiros passos, haja vista inúmeros obstáculos com os quais se deparam.
Vale lembrar que Albert Einstein, certa feita, disse que “a coisa mais bonita que podemos experimentar é o misterioso”.
E todo concurso público tem uma salutar pitada de mistério, ou seja, é enigmático por natureza característica que, por razões não bem definidas, por si só, vem atraindo inúmeras pessoas.
Entretanto, não obstante esse rótulo de “misterioso”, não se pode afirmar que todo concurso público é incompreensível e impenetrável. Dificuldades sempre existirão, mas todos têm capacidade de aprender visando à superá-las. E o primeiro passo é primar pela organização: não há estudo de qualidade sem prévia estruturação.
A organização é a “pedra de toque” para se obter um estudo de qualidade, e para tanto, primeiramente, faz-se necessário administrar o nosso tempo. Afirmamos diuturnamente que tempo não nos sobra, mas em momento algum nos prontificamos a anotar as tarefas do dia-a-dia, objetivando conferir se realmente os afazeres diários preenchem todo nosso espaço.
Os antigos já diziam: “tempo não se tem, tempo se faz”. E isso vale para os dias de hoje. Precisamos encontrar tempo para tudo que verdadeiramente ambicionamos, do contrário, seguiremos frustrados no processo da vida.
Se você, caro leitor, ambiciona um cargo público, deve ter em mente que o seu sonho, em regra, só se concretizará após sua aprovação num determinado concurso público, e para tanto, é mister um estudo preliminar sério, seja ele de 15 minutos ou de 15 horas diárias.
O importante é a “criação” desse tempo para a captação do pertinente aprendizado e, principalmente, a qualidade de estudo a ser realizado. O tempo de estudo pode ser exíguo, mas não pode ser desperdiçado. Qualidade de estudo é mais importante do que quantidade de estudo.
Se você tem apenas 15 minutos do seu dia para dedicar-se ao estudo, aproveite este momento da melhor forma possível. Se ambiciona algo para si, prepare-se seriamente para obtê-lo sem jamais perder o entusiasmo. É necessário, acima de tudo, gostar do que está fazendo.
Aprendemos mais quando gostamos do que fazemos. E o aprendizado é absorvido mais facilmente quando “há gosto pela coisa”. Quando gostamos de uma determinada matéria, aprendemos mais e em menos tempo. Portanto, não nos esqueçamos que o tempo é relativo.
Se temos 15 minutos apenas para o estudo, estudemos nesse tempo aquilo que mais nos agrada aos olhos e aos ouvidos. Sem pálio de dúvida, esse exíguo lapso temporal será produtivo!
Com o passar do tempo, o gosto pelo estudo aumentará e a tendência natural é que arrumemos mais espaço na nossa agenda para novos aprendizados. Aquela matéria preterida, que pouco nos apetece, terá o seu momento de análise também, e isso ocorrerá de forma espontânea ao percebermos ser necessária a interação dos diversos programas de aprendizagem.
Havendo interesse e comprometimento, sem dúvida alguma, encontraremos tempo para o estudo. Se há tempo para conversas após o expediente, substitua esse momento por minutos de estudo.
Reserve alguns minutinhos do horário de almoço para uma leitura, obviamente procurando um local que o faça esquecer do resto, visando a produzir o melhor possível num breve espaço de tempo.
O segredo é estabelecer prioridades. Se o seu trabalho é prioritário, sobretudo porque dele se extrai o sustento de sua família, dedique maior tempo a ele, realizando seu ofício com seriedade e comprometimento.
Entretanto, cuidado: se a mantença em seu atual emprego é imprescindível, mas, não obstante isso, você o vê como um obstáculo tamanho à concretização de seus sonhos, talvez seja o momento para mudanças.
Afinal, até quando você pretende ceifar os seu,s sonhos? Será que não é o momento de “tentar” ao menos? Sem dúvida alguma, nos dias atuais, não basta apenas vencer a si próprio para que mudanças ocorram em seu favor. Mais do que “querer”, devemos “fazer” para “poder”.
“Uma frase é capaz de mudar um destino”, disse George Fischer. Eu já penso que uma simples atitude é capaz de mudar um destino. “Há tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou” (Eclesiastes 3: 1,8).
Há tempo para trabalhar, assim como há tempo para estudar; há tempo para estudar e trabalhar, como também para dedicar-se à sua valorosa família e ao seu grupo de amigos leais.
Se você não consegue acha tempo para namorar, é porque talvez não ambicione verdadeiramente estar ao lado daquela pessoa; se você não consegue achar tempo para melhorar seus negócios, é porque talvez não queira realmente livrar sua empresa do “buraco” ou da iminente falência.
Enfim, se você não pretende encontrar tempo para estudar, é porque talvez não queira realmente ser aprovado num determinado concurso público. Se quer uma aprovação, então ache tempo para seus estudos e comece o quanto antes – ainda que isso se resuma a 15 minutinhos diários.
Lembre-se, “a mente que se abre a uma nova idéia, jamais voltará ao seu tamanho original” (Albert Einstein). Sendo assim, se o receio for sucumbir, caso isso ocorra, pense no lado bom, uma vez que jamais será rotulado de “mente pequena”.
Se sobrar tempo, estude em vez de “jogar conversa fora”, e sempre assuma uma atitude positiva diante de eventuais imporéns ou obstáculos. Não esqueça: “não temos o direito de consumir felicidade sem produzi-la”. Portanto, dê o primeiro passo. Esforce-se e logo será recompensado.
Sucesso a todos!
Nourmirio Bittencourt Tesseroli Filho é advogado, especialista em Direito Processual Civil. Professor de Direito Constitucional Positivo e de Direitos Fundamentais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.