Um episódio ocorrido nesta terça-feira (1.º) na cidade-satélite do Guará, a cerca de 15 quilômetros de Brasília, parecia apenas uma briga de casal. O quadro, porém, mostrou-se mais complicado. Uma dona de casa manteve como reféns, por quase três horas, o marido e dois filhos. Além de esfaquear um policial militar e se ferir no rosto e no seio, Ana Guimarães Amaral, de 37 anos, ameaçou cortar a mangueira de gás do fogão para colocar fogo no apartamento. Os reféns foram resgatados em segurança pela Polícia Militar depois de uma hora e meia de negociações.
Com cortes profundos e sangrando muito, Ana foi levada para o Hospital de Base de Brasília, onde foi atendida por psiquiatras. O marido Robson Santos Amaral, funcionário do Senado, também foi ferido com arranhões e cortes de faca no pescoço. Robson foi levado pelos policiais a uma delegacia para depoimento. Assustados, os filhos do casal – uma menina de 12 e um garoto de sete anos – acompanharam o pai, que preferiu no depoimento inocentar a mulher.
O tenente da PM Emerson Santos, que participou das negociações, contou que Ana alternava momentos de lucidez com descontrole emocional. Segundo o policial, Ana toma medicamentos de uso controlado e faz tratamento com um psiquiatra particular. O policial disse que, durante o episódio, ela acusou o marido de traição, ameaçou cortar sua genitália e matá-lo com uma facada no pescoço.
Uma equipe de negociadores da PM chegou ao apartamento do casal depois que um policial foi esfaqueado por Ana, quando tentava entrar no local. Os policiais foram chamados ao local por vizinhos. Com o agravamento da situação, uma equipe de negociadores de casos de seqüestro entrou em ação para libertar os reféns.
O primeiro a ser libertado foi o marido, mas a dona de casa se arrependeu e ameaçou colocar fogo no apartamento. Ela exigia o retorno do marido para liberar os filhos. Quando Ana colocou na mesa da cozinha as duas facas que mantinha em seu poder, os policiais aproveitaram para libertar os filhos e prendê-la.