Brasília – A criação de empregos com carteira assinada diminuiu o ritmo em 2005. No ano passado, o mercado de trabalho foi capaz de abrir 1 254 milhão de postos de trabalho, contra 1,523 milhão registrados em 2004. Mesmo assim, 2005 apresentou o segundo melhor resultado da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged) do Ministério do Trabalho. Os dados foram divulgados hoje (18) pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Ele previu que pode chegar a 5 milhões o número de empregos formais a serem criados nos 4 anos do governo Lula.

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Marinho admitiu a desaceleração na abertura de postos de trabalho e atribuiu essa perda de velocidade à política de juros do Banco Central. Para este ano, no entanto, o ministro é bastante otimista. Ele acredita que a taxa de juros básica da economia pode cair mais rapidamente, chegando ao final de 2005 em torno de 13%. Isso, aliado a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 5%, fará, segundo Marinho, com que a criação de postos de trabalho volte a ficar no nível de 2004. A estimativa de Marinho para o crescimento da economia é maior do que a do Banco Central, que espera 4%, e a do mercado, que projeta 3,5%.

"Contando com o emprego informal, a economia solidária e a agricultura familiar, teremos gerado 8 milhões de empregos no primeiro mandato do presidente Lula", disse Marinho. O ministro negou que Lula tenha prometido, em algum momento, criar 10 milhões de empregos em quatro anos. "Não houve a promessa de gerar esse montante. Esse número nunca esteve no programa de governo", afirmou. Segundo ele, o que o presidente Lula sempre disse foi que o País precisa criar 10 milhões de empregos para conseguir acomodar quem chega ao mercado e também para absorver os desempregados.

Nos 36 meses de governo Lula, a criação de postos de trabalho com carteira assinada medida pelo Caged já alcança 3 422 milhões. É quase o dobro do saldo verificado em todo o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. No período de 1999 a 2002, foram criado 1,815 milhão de empregos.

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Em 2005 os setores que mais contribuíram para a criação de empregos foram os de serviços (569.705), comércio (389.815), indústria de transformação (177.548) e construção civil (85.053). Já o setor agropecuário eliminou 12.878 postos de trabalho. Marinho atribuiu o desempenho negativo do setor à queda do preço das commodities no mercado internacional, à seca no Sul do País e ao problema da febre aftosa.

No ano passado, ao contrário de 2004, as regiões metropolitanas voltaram a criar mais empregos que o interior. Juntas, responderam por 569.736 do total de 1.253.981 postos criados no ano. Em termos regionais, o melhor desempenho foi obtido pela região Sudeste (790.111), com destaque para o Estado de São Paulo, que apresentou um saldo líquido de 472.931 postos de trabalho.

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Fim de ano – Em dezembro, o desempenho do mercado de trabalho foi bastante negativo: 286.719 postos fechados. Tradicionalmente, o Caged registra mais demissões do que contratações em dezembro porque a indústria costuma dispensar funcionários nesse período. Em dezembro de 2004 foram perdidos 352.093 empregos formais.

A queda do nível de emprego, em dezembro, foi forte na indústria de transformação (queda de 103.272 postos de trabalho) agropecuária (102.685), serviços (47.400) e construção civil (30.338). Apenas o comércio e os serviços industriais de utilidade pública apresentaram saldo positivo.