Nos últimos dez anos, os preços públicos – em especial o dos transportes coletivos em São Paulo – registraram reajustes superiores ao apurado para o Índice do Custo de Vida (ICV). Esta conclusão faz parte de análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em conseqüência da entrada em vigor dos novos preços do transporte coletivo em São Paulo, neste dia 30 de novembro. O estudo foi divulgado hoje por meio de nota à imprensa e leva em consideração os índices de inflação anuais, com o acumulado de 2006 até novembro (1,91%).

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No levantamento, os técnicos do Dieese dividiram os cálculos em Públicos e Administrados, Transporte Coletivo e Demais Bens e Serviços. "Esta análise parece indicar que não se justifica nenhum reajuste nas tarifas dos ônibus municipais e do metrô", disseram os analistas na nota. Eles ressaltaram, no entanto, que há necessidade de um estudo detalhado das planilhas de custos das empresas de transporte coletivo para legitimar os aumentos demandados.

Nestes 10 anos, a inflação acumulada no município de São Paulo foi de 94,62%, segundo cálculo do Departamento. Já o grupo dos preços públicos e administrados (185,75%) apresentou diferença de praticamente o dobro da inflação geral, ou de 91,13 ponto porcentual.

"(O grupo Públicos e Administrados) foi o que mais reajustou seus valores", consideraram os técnicos por meio de nota à imprensa. Eles acrescentaram que alguns dos itens nele reunidos registraram taxas bem superiores a 200%, como foi o caso da telefonia (363,83%), gás de cozinha (344,09%) e correspondência (266,67%).

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A taxa também foi elevada para o Transporte coletivo (136,77%), que ficou em 42,15 pontos porcentuais acima da inflação do período (94,62%). Os aumentos concedidos aos diferentes meios de transportes não ocorreram de forma homogênea, com maior aumento na tarifa do ônibus municipal (150,00%) e menor no metrô (106 87%).

"Em todos eles, porém, as variações foram acima da inflação geral", consideraram. Os demais bens e serviços, que representam 83,06% do orçamento doméstico, acumularam taxa da ordem de 78 21%, com diferença de -16,41 ponto porcentual ante o índice geral acumulado. Os técnicos do Dieese ressaltaram que, em três desses 10 anos estudados, os reajustes tarifários foram "muito superiores" à taxa geral.

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