Eletroeletrônicos registram déficit de US$ 35 milhões em 2006

A balança comercial do setor eletroeletrônico de consumo (linha branca, imagem e som e portáteis) apontou déficit de US$ 35 milhões no ano passado, em relação a 2005. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), há nove anos o setor não apresentava resultado negativo em seu saldo comercial. As importações alcançaram US$ 722 milhões, crescimento de 58,28% em relação a 2005. Já as exportações tiveram um incremento de 3,27%, resultado de US$ 687 milhões de vendas externas.

Entre os fatores que contribuíram para o desempenho negativo da balança comercial do setor, destacam-se a desvalorização do dólar em relação ao real, as restrições impostas por alguns países como a Argentina, além da concorrência dos países asiáticos, principalmente da China. "O setor eletroeletrônico de consumo não quer ser deficitário e tem condições de reverter esse resultado. Para isso, basta que algumas questões sejam equacionadas. Por isso, estamos conversando com o governo para apresentar sugestões que permitam recuperar a competitividade das indústrias instaladas no País", afirma o presidente da Eletros, Paulo Saab.

Saab argumenta que a valorização de 27,97% do real, no período de janeiro de 2004 a fevereiro de 2007, reduziu continuamente a margem de lucro das exportações. Para ele, a isso se somaram as cotas e as restrições das exportações no âmbito do Mercosul. "As barreiras impostas pela Argentina ao Brasil dificultaram o livre comércio de produtos, reduzindo as exportações brasileiras", afirma, acrescentando ainda que a tributação em cascata está onerando significativamente os custos do produtor nacional, provocando aumento no preço final dos produtos exportáveis.

Do lado das importações, a desvalorização contínua do dólar contribuiu para o desenvolvimento, no mercado externo, de fornecedores estáveis de partes e peças e de produtos acabados, estimulando a importação, principalmente de países asiáticos. Segundo Saab, esta situação se agravou com a concorrência desleal de produtos chineses, principalmente nas linhas de portáteis e de imagem e som.

"Esses fatores somados acentuaram outros problemas já crônicos para a competitividade nacional, como os gargalos de infra-estrutura, resultando em uma situação de déficit comercial do setor, que há muito não era registrada", acrescenta Saab.

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