A Eletrobrás vai procurar atuar em conjunto com empresas privadas em novos projetos no país, mas, mesmo sem parcerias, não deixará de fazer os investimentos necessários para o país. "Nós não vamos deixar leilão vazio em hipótese nenhuma", disse hoje o presidente da empresa, Aloísio Vasconcelos. Ele participou da abertura do I Seminário sobre o Sistema Elétrico Brasileiro para Jornalistas, realizado no auditório de Furnas Centrais Elétricas.
"O que se deseja é parceria privada. Nós queremos entrar minoritário, até 49%", disse. A estatal esteve presente no último leilão de energia, realizado no dia 16 de dezembro do ano passado, e pretende participar das próximas operações.
Vasconcelos explicou que, segundo cálculos da Eletrobrás, o volume de geração de energia no país precisa crescer sempre 50% a mais que o Produto Interno Bruto do país. "Ou seja, se o PIB cresce 1%, a energia tem que crescer 1,5%", explica. Com essa projeção, a Eletrobrás está concluindo seu planejamento estratégico de longo prazo, cuja previsão é de divulgação entre os meses de maio e junho. O grupo Eletrobrás responde por 45% da capacidade instalada no país e por 66% da rede de transmissão.
O presidente da empresa disse também que a experiência brasileira na geração de energia pode ser exportada para outros países, em áreas como a construção de usinas e sistemas elétricos de transmissão, além da montagem e projetos de engenharia. Ele contou que já há convites de países africanos nesse sentido, além de boas perspectivas de atuação na América Central e na Ásia – onde a Eletrobras já tem parcerias com CHina e Coréia do Sul.
Segundo Vasconcelos, a atuação da Eletrobrás no exterior exige mudanças na lei que criou a empresa. Atualmente, há restrição à presença da estatal fora do território nacional. Ele explicou que o projeto que modifica a legislação se encontra no Gabinete Civil da Presidência da República, para posterior encaminhamento ao Congresso Nacional, e pode ser aprovado ainda este ano.